TCC 2015

TCC 2015

CTCC Bauru para Pacientes.

Paciente, seja bem vindo, utilize este blog como um instrumento que pode auxiliar você a evoluir em sua terapia; ajudando você a lembrar ou esclarecer dúvidas sobre aspectos trabalhados em nossas sessões. Contribua com perguntas, comentários, sugestões e críticas.



Lembre-se: a evolução começa a partir do momento em que você compreende "que não são as situações que alteram o nosso humor e os nossos comportamentos, mas sim o que pensamos sobre elas.



Fale conosco: arnaldo@ctccbauru.com.br



Coordenador: Arnaldo Vicente, Especialista em TC.



quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Uma situação pode determinar o que você sente?


"Uma situação não determina como nos sentimos, mas sim o modo como a construímos'.

Aaron T. Beck - Criador da terapia Cognitiva.


Um fato por si não tem significado, a pessoa dá o significado à ele.


Fatos que, equivocadamente, as pessoas dizem que são capazes de determinar nossas emoções:

- A morte.

- O nascimento.

- Perda de emprego.

- Falta de dinheiro.

- Separação conjugal.

- Perda de parte do corpo.

- Ganhar na loteria.

- Ser convidado ou promovido para novo trabalho.

- Passar em concurso ou no vestibular.

- Prisão.

- Inciar ou terminar um namoro.

Dica de livro: Livre de Ansiedade, de Robert L. Leahy

Esta obra investiga as origens da ansiedade e ensina como levar uma vida menos estressante. Utilizando os métodos propostos pelo autor, baseados nos melhores tratamentos psicológicos disponíveis, podemos conquistar uma vida livre de apreensão, tensão e evitação relacionadas à ansiedade.
Sumário:
Capítulo 1. Entendendo a ansiedade
Capítulo 2. A ansiedade como adaptação
Capítulo 3. O “livro” de regras da ansiedade
Capítulo 4. “Isso é perigoso!”: Fobia específica
Capítulo 5. “Estou perdendo o controle”: Transtorno de pânico e agorafobia
Capítulo 6. “Nunca é o suficiente”: Transtorno obsessivo compulsivo
Capítulo 7. “Sim, mas e se?”: Transtorno de ansiedade generalizada
Capítulo 8. “Estão tão envergonhado!”: Transtorno de ansiedade social
Capítulo 9. “Está acontecendo de novo”: Transtorno de estresse pós traumático
Capítulo 10. Considerações finais


Apêndice A: Relaxamento muscular progressivo
Apêndice B: Insônia
Apêndice C: Dieta e exercícios
Apêndice D: Medicamentos
Apêndice E: Mindfulness
Apêndice F: Depressão e suicídio
Apêndice G: Testes diagnósticos
Apêndice H: Como identificar seu pensamento de ansiedade
Apêndice I: Use sua inteligência emocional
Apêndice J: Como lidar com seus pensamentos de ansiedade

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Postado por Arnaldo Vicente, Especialista em TC. às 11:34 0 comentários
Marcadores: ansiedade, livro de TC, Robert L. Leahy

domingo, 26 de dezembro de 2010

Encontre a “sua” PAZ interior nestas festividades natalinas.



Adriana Roveroni fala sobre paz interior.

Todos nós já ouvimos reclamações, elogios, e opiniões diferentes sobre a época festiva que se aproxima: o Natal e o Ano Novo.Alguns dizem que detestam, outros dizem que adoram. Alguns gostam mais do Natal e outros preferem a passagem do Ano Novo. E você? Como se sente? Não gosta das festividades? E se gosta, prefere o Natal ou o início do ano?Alguns fatores específicos, relacionados a esta época do ano, podem influenciar o modo como nos sentimos. Se sentir bem ou mal com as festividades, depende, primeiramente, da personalidade de cada um e de sua forma particular de pensar, sentir e lidar com as situações, problemas, mágoas, culpas, perdas, conquistas, vitórias, derrotas, etc...Desavenças familiares, situações mal ou não resolvidas, durante o ano, ficam cara-a-cara conosco e nos sentimos pressionados a resolver. Neste momento, reavaliamos nossos objetivos e metas. Olhamos para trás e percebemos que os planos e promessas feitos, em grande parte, não foram atingidos; gerando uma sensação de impotência, o que afeta, diretamente, nossa auto-estima. Ainda existe a pressão de re-programar tudo e tentar realizar uma porção de coisas, no novo ano. O sentimento de “solidão” é outro fator presente nesta época. Muitas pessoas estão realmente sós, e outras se sentem sós no meio da multidão. O sentimento de tristeza pode também estar relacionado à situações de luto, perdas afetivas, financeiras, etc...Algumas pessoas sentem-se desconfortáveis por dificuldades individuais de contato físico e emocional. Muitas vezes, sentem seu “espaço pessoal” invadido, quando chega “aquele” parente e lhe pergunta questões que não quer responder. Ou ainda quando chega “aquela pessoa” com a qual tem alguma questão mal resolvida e se sente “obrigada” a abraçar e explicitar felicitações.Todas estas questões fazem com que sintamos uma necessidade de “Reavaliação da Vida”, onde o balanço não é só anual, é da vida toda. Vêm à tona, situações mal resolvidas na infância, adolescência, etc... Vêm o peso de nossas escolhas pessoais, todos os erros e acertos que acreditamos ter cometido.As pessoas parecem “obrigadas” a sentirem-se felizes, animadas, bonitas, bem humoradas, nessa época do ano. Porém, nem todos conseguem se sentir assim. Muitos estão sem trabalho, sem amores, sem família, com muitas tristezas recentes, etc... Não é obrigatório “ser feliz” no Natal. É a comemoração do nascimento de Jesus. Procure, apenas, ter PAZ.Quer presentear alguém? Faça de coração, sem obrigatoriedades. E lembre-se que muitas vezes o melhor presente pode ser a sua atitude: Dizer eu te amo, perdoar, dar um beijo, um abraço “naquela pessoa” ou em todas as pessoas ao seu redor. Não quer participar “daquela ceia”? Pergunte-se por que, e se o motivo do desconforto com “aquela pessoa” é tão grande e tão importante assim. Talvez você descubra que nem sabe mais porque tem tanto ressentimento.O que fazer, então, com todos estes sentimentos, que geram, muitas vezes, tristeza, desconforto, angústia? Bem, primeiramente, precisamos encarar a realidade. Se não resolvemos nossas questões durante o ano todo não vai ser neste momento específico (Natal ou Ano Novo) que vamos ter que resolver tudo de uma vez. Enfim, aceite-se, permita-se ser como é, com suas realizações e insatisfações. Com suas alegrias e tristezas. Participe, mas respeitando seu ritmo e seu jeito de ser. Seja você mesmo (a)! Encontre a “sua” PAZ interior nestas festividades natalinas.



Até a próxima.Adriana Roveroni

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Feliz 2011!




Desejo que seus pensamentos sejam os mais saudáveis possíveis e que sua sabedoria em resolução de problemas ilumine e facilite a realização de todos os seus sonhos.
Equipe do CTCBauru.

É preciso desafiar nossas, crenças, regras e estratégias.


Terapeuta observa a conversa do Casal: Y e X

Ele- Quando ela me diz não eu não aceito, eu fico louco. Já tomei muito não na vida! Já tive que fazer muitas coisas para não receber um não, até mentir. Acho que mereço mais crédito, ser mais valorizado e não ser tratado com tanto falta de amor, com tanta agressividade. Não importa a situação, não é não e machuca! Chego a pensar que não sou amado. Então quando percebo que vou ser ferido me protejo, e me defendo atacando! ...se eu não me defender então vai acontecer o pior!

Ela- ...mas eu já feri você?

Ele- Não, porque eu não deixo. Assim que você me diz não, eu já revido. Eu não deixo acontecer o pior.

Ela: Então, como você sabe que depois de dizer não, eu iria machucar você?

Ele- ... é, na verdade eu não sei... mas e se você me fizer algo de ruim?

Ela- ...mas e se eu não fizer?

Ele- ...então, será bom...então, eu perdi tempo acreditando que meu pensamento estava certo. Acho que eu posso tentar não me defender de você precipitadamente.

Natal é bom, natal é ruim, natal é bom...


Depoimento da paciente M.: - Eu acho que o Natal é muito ruim, só de pensar já fico agoniada e até triste. O que mais me irrita é que as pessoas se propõem a serem diferentes neste dia. É certo mudar só no dia de natal, porque não mudam a partir do dia de natal? Fico mal só de começar dezembro!
...mas no dia de natal é uma delícia, todo mundo reunido, minha família é muito grande e muito divertida. A gente até contrata um Papai-Noel! A criançada se diverte e eu mais ainda, fico querendo que aquele dia nem termine. Tudo isto é muito louco, não acham?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lembrete:




- Já escolheu com que roupas vai sair hoje? Agora escolha os pensamentos que vai utilizar durante o dia.


- HOJE VOCÊ JÁ EXAMINOU A QUALIDADE DE SEUS PENSAMENTOS?


- UMA SITUAÇÃO NÃO DETERMINA COMO VOCÊ SENTE, MAS SIM O MODO COMO VOCÊ A CONSTRÓI. Aaron Beck, criador da TC.

Catástrofes do perfeccionismo.


Depois da tempestade sempre vem a bonança, diz o ditado.
Mas houve mesmo a tempestade?
Ou seria "tempestade em copo d´agua", como diz outro ditado?
Pensamento tempestuoso: - TUDO VAI DAR ERRADO! FIZ DE TUDO, MAS NÃO DEU! (PERFECCIONISMO?)
Considerações:
- O perfeccionismo é uma estratégia para combater o pessimismo que tem a idéia de que o futuro será uma catástrofe, se não ocorrer como imagino (*PxA). Além da auto avaliação de que só darei conta se for do jeito que imagino (*E+R).
O perfeccionismo é a capacidade de conseguir pensar no pior do pior; significando portanto, que o pior sempre poderá piorar (depende da criatividade negativa de cada um).
Ou seja, a pessoa para resolver seu pessimismo usa a estratégia de perfeccionismo que vai gerar a emoção de depressão (e até a vontade de morrer). Podendo, infelizmente, pensar que nunca as coisas serão diferentes e desenvolver a emoção da deseperança (com vontade até de se matar).
- O que fazer?
- Examine as evidências de seus pensamentos (pans) e veja se ele ajuda ou atrapalha na sua meta.
*Formula de Salkovskis para a ansiedade: A= PxA:E+R.

terça-feira, 25 de maio de 2010

UM CAMINHO PARA A FELICIDADE.


UM CAMINHO PARA A FELICIDADE

Oriana Faé Grangel, Terapeuta Cognitiva,Especialista em TC.

De acordo com as contribuições da Psicologia Positiva, que enfoca a saúde mental e não a psicopatologia, é necessário diferenciar felicidade momentânea de “nível duradouro de felicidade”.

A felicidade momentânea pode ser facilmente conquistada através de uma série de artifícios, como chocolate, um bom filme ou uma roupa nova. Já o “nível duradouro de felicidade” representa um estado geral de satisfação com a vida.

Pesquisas revelam a alta incidência de depressão nos últimos 50 anos. Hoje a doença é mais frequente e inicia mais cedo, comparando-se as taxas até 1960. Paradoxalmente, os indicadores objetivos de bem-estar aumentaram, como poder de compra e nível de instrução. Como isso se explica?

Constata-se, atualmente, a busca excessiva de prazeres imediatos - hedonismo, em termos filosóficos - como se fossem “atalhos” para a felicidade através de prazeres fáceis: televisão, internet, compras, drogas, entre outros, característica marcante da sociedade contemporânea.

Essa busca excessiva da felicidade momentânea não exige o uso de forças pessoais, que são capacidades pré-existentes, e nem apresenta desafios, aspecto esse visível, por exemplo, no fato de optar por assistir à televisão em vez de ler um bom livro à noite. Na primeira opção, o prazer é imediato. E na segunda opção, os ganhos são maiores e mais perenes.

Entretanto, o hábito de escolher atividades com foco apenas no prazer imediato em detrimento de atividades que gostamos de fazer predispõe a depressão. O ser humano se adapta rapidamente aos prazeres, buscando logo algo ainda melhor para se sentir novamente “feliz".

Uma característica do deprimido é que seu foco está em si mesmo. Quando percebe um sinal de tristeza, “rumina” o sentimento, projetando para o futuro e ampliando para todas as atividades, desencadeando, consequentemente, mais tristeza.

Os prazeres estão ligados às sensações físicas e às emoções. Já as gratificações são atividades as quais se gosta de fazer e estão relacionadas à representação de forças e virtudes pessoais. Além disso, quando se engaja em uma determinada atividade e que esteja em harmonia com um propósito maior, um significado, o indivíduo se absorve completamente em um estado em que o tempo parece parar, como nas seguintes práticas: dançar, ler, conversar e fazer trabalho voluntário.

Ademais, as gratificações diminuem a preocupação consigo mesmo, porque vão muito além e geram bem-estar, prevenindo a depressão.

Finalmente, o equilíbrio entre prazer (responsável) e gratificação aumenta o “nível de satisfação com a vida”. A escolha por situações que fazem a vida valer a pena é um caminho para a felicidade.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Desconfie de suas crenças negativas sobre você mesmo. "Haja em legítima defesa"


Crenças como "Sou fraco, incompetente, inadequado ou não sou estimável" formadas ao longo de sua história repercutem negativamente sobre seu auto conceito e influenciam de modo catastrófico na realização de suas metas. Diante de quaisquer situações que você não tenha cem por cento da certeza de que você é perfeito e o sucesso está quase garantido elas ativarão todas as suas incertezas contribuindo para que você se esquive e busque a proteção no conforto imediato.

É preciso que você perceba quando estas crenças se apresentam e tenha condições de advogar a favor de sua saúde, questionando a validade delas.

É preciso defender-se das próprias crenças, quando aparecem reveladas ou em forma de pans.

A terapia cognitiva na busca da reestruturação de crenças propõe aos pacientes que desafiem seus pans e suas crenças com empatia, determinação, segurança, persistência e sensibilidade.

Por exemplo: um paciente com TOC, sofrerá diante da possibilidade de ser visto como responsável pela morte de um ente querido. Ou seja, a idéia de ver-se ou ser visto como uma pessoa inadequada leva-o a desenvolver formas de neutralizar essa consequência através de suas esquivas ou neutralizações.

Ele desenvolve meios para evitar algo que ele não é (irresponsável e inadequado) e cada vez mais age com receio de que suas defesas não sejam suficientes, crendo que um dia falhará e será mesmo o inadequado que tanto evitou se tornar.

O que aconteceria se ele ao invés de se envolver em planos de defesas, antes identificasse e avaliasse seus pensamentos e crenças sobre ele mesmo? Agisse relevando os aspectos positivos de sua história comprovando que não é imperfeito, mas apenas uma pessoa normal que tem erros e acertos, as vezes contribuindo para a saúde do outro, mas sem poder para garantir a imortalidade de quem ama.

Compreendendo que o fato de não ter poder para garantir a vida dos outros não significa que tenha um defeito de caráter, que seja inadequado e não se importe com as pessoas.

Podemos nos importar e cuidar do outro, mas sem imortalizá-lo.

Na medida em que nos acusamos ou nos cobramos, devemos ter uma visão integrativa a nosso respeito, não aceitando débitos que não foram comprovados. Cabe ao acusador primeiro nos dar provas concretas sobre sua acusação e cobrança e depois ouvir as provas positivas que desconsiderou. Se devemos, pagamos, mas jamais pagar sem dever!


Busquemos no Direito um pouco de sabedoria para melhor compreendermos do que se trata a "legítima defesa":

- "A legitimidade da defesa se configura com os seguintes pressupostos básicos: obstar a ação danosa na mesma intensidade, na mesma medida, se possível com os mesmo recursos, privilegiando a preservação da vida como um bem maior, e dentro do espaço de tempo no qual a agressão ou ofensa esteja ocorrendo. Este último para evitar as denominadas vinganças pessoais. O nosso Código Penal traz nos seus artigos 23 e 25, importantes definições para melhor compreensão, com destaque para o Parágrafo único do artigo 23, que trata de eventual excesso na defesa. Por Vandeler Ferreira da Silva"

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Efeitos dos Pensamentos Automáticos Negativos (PANs).


Certo dia um homem chegou em casa e ficou irritado com sua filha de três anos.
Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçada fazendo um embrulho.
Como o dinheiro andava curto e o papel muito caro,ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou.
Naquela noite o pai descobriu num canto da sala, um embrulho dourado não muito bem feito.
Na manhã seguinte, logo que despertou, a menina correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente.
-Isto é para você, paizinho! Foi o que ela disse.
Ele sentiu-se muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia. Gritou para filha:
-Você não sabe quando se da um presente à alguém a gente coloca alguma coisa dentro da caixa.
A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse:
-Mas papai, a caixinha não esta vazia.EU SOPREI BEIJOS DENTRO DELA. Todos são só para você, papai.
O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.
Dizem que o homem guardou o caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali!
Contribuição: A.M

terça-feira, 4 de maio de 2010

Benefício da Dúvida, quando a incerteza não condena o futuro.



Benefício ou Malefício?

Existe um princípio básico na história do Direito, talvez uns dos mais sólidos e razoáveis de todos: o benefício da dúvida. Isso quer dizer, que se existe uma dúvida sobre a condição de culpado ou inocente de uma pessoa, esta deve ser considerada inocente.
Este princípio se baseia numa coisa super-evidente de nosso senso comum. Em qualquer sociedade, o crime é um fato menos freqüente que o não-crime. Cometer delitos não são atos cuja ocorrência deva ser atribuída a qualquer pessoa de imediato, como se cometer atos criminosos fosse natural no ser humano. Quando você conhece alguém, pode perguntar-lhe: Qual é seu trabalho? Ou, quantos filhos você tem?
Ora, você não perguntaria a um recém conhecido: Quantos crimes você cometeu? Em geral, pensamos que o não-crime é mais natural que o crime.
Então, tampouco é natural exigir de alguém: Me prove que você não cometeu nenhum crime!!
Pense se você acharia justo estar nesta situação.
Portanto, se alguém é condenado por cometer um crime, deve provar-se que ele realmente o cometeu. Não faz sentido que o réu deva demonstrar, ele próprio, que não cometeu o crime. Veja este exemplo:

Suponha que você recebe uma intimação de um tribunal brasileiro onde lhe notificam que você será julgado porque há uma denúncia dos Estados Unidos contra você por terrorismo. Você tem sorte: como você é brasileiro, não será extraditado.

A denúncia é que você estava, no dia 11 de setembro de 2001, ajudando aos terroristas que atacaram as Torres Gêmeas, confundido entre os passageiros do primeiro avião que colidiu com as torres.
Mas, você deveria estar morto!

A denúncia do FBI diz que você saltou com um paraquedas automático, 10 segundos antes da colisão. Como as pessoas estavam aterrorizadas pelo fato, ninguém, salvo um agente do FBI, percebeu que você caiu no Central Park, se desvencilhou de seu paraquedas, e fugiu até um bairro habitado por brasileiros, onde obteve documentos falsos para voltar ao Brasil.

Você diz que não foi assim, que você nunca esteve em Nova Iorque.

Mas, o juiz lhe exige que mostre provas de que no 11-09-2001, entre as 7 e as 18 horas (NY), você estava em outro lugar. Têm um álibi? Não! Nesse momento você assistia por TV ao ataque às Torres, em sua casa, em companhia de seu irmão e três amigos. Mas o juiz diz (1) Que ninguém não pode ser testemunha em favor de seu irmão, porque se supõe parcialidade. (2) Que seus amigos são pessoas que tentarão favorecer você. Tampouco serve. Então, você será condenado.

Você acharia isto justo??? Possivelmente não. É por isso que existe o princípio do benefício da dúvida. O juiz terá que mostrar provas irrefutáveis de que você esteve nesse avião. O conto do agente do FBI não é suficiente.

Suponhamos que o placar final ficasse 5x5. Realmente, não é fácil predizer o que vai acontecer, mas este resultado não seria impossível. O que isso significa?
Significa que o assunto está indeciso, que não há uma certeza general. Se houvesse, os que tem certeza num sentido (favor ou contra), seriam maioria. Ora, podemos supor que cada um dos que votou não tem dúvidas, mas aparece uma dúvida global: o empate significa que a certeza não predomina em nenhuma de ambas as teses.

Neste caso, o resultado favorece o réu

Algumas pessoas pretendem, desde faz muito tempo, poluir o ambiente, e enfiar na cabeça das pessoas que o Presidente do Supremo tem direito ao desempate, ou seja, pode votar duas vezes. Isso se chama voto de Minerva. Bom, é claro que votar duas vezes vai contra os mais básicos princípios da democracia, da qual tanto se fala desde os centros de poder. Mas, o regimento do STF aceita em alguns casos, quando se trata de assunto dito "constitucional". Ora, assunto constitucional não é qualquer assunto cujo nome aparece na Constituição, mas aquele que está diretamente regulado pela Constituição e que é próprio do Direito Cosntitucional.Observe que o Hábeas Corpus não permite o voto de Minerva.

Então, vamos enumerar as razões pelas quais não pode haver voto de Minerva, por exemplo, num caso de extradição.


1) Um ato decidindo a EXTRADIÇÃO DE UMA PESSOA NÃO É ASSUNTO CONSTITUCIONAL. Não é um ato como seria decidir se a idade para votar nas eleições pode ser rebaixada a 14 anos, ou se o cargo de Presidente deveria ser substituído pelo de primeiro ministro. A extradição é um assunto específico, não geral, julga uma pessoa, portanto, é um assunto de direito penal e não de direito constitucional.
2) O voto de Minerva é proibido em caso de Hábeas Corpus, porque está em jogo a liberdade de uma pessoa. Em qualquer caso onde está em jogo a vida, liberdade, integridade física, etc., de uma pessoa, vale o benefício da dúvida.
3) O argumento talvez mais importante. O relator do caso afirma e jura por tudo o que é mais sagrado, que os delitos do acusado são crimes comuns. NESSE CASO, é ainda mais claro que SE APLICA O CRITÉRIO DO DIREITO PENAL, que deve dar o benefício da dúvida.

Se você escutou o contrário (que em caso de empate, o voto de minerva deve decidir), pense calmamente nisto:


O que está em jogo não é "apenas" a vida de uma pessoa, o que já é muito. Se você tem uma justiça que é uma máquina de arbitrariedades, que obedece a uma embaixada, que pode violentar de maneira mais brutal seus próprios regimentos, quem está mais em perigo não é o acusado.


São 180 milhões de pessoas cujos direitos dependem dos interesses, do estado de ânimo e da ideologia de funcionários que não respeitariam (se fizessem isso) nem os próprios regimentos do tribunal ao qual pertencem.

Fonte: Recorte do artigo de Carlos Alberto Lungarzo, foi professor titular da UNICAMP, milita em Anistia Internacional (AI) desde há muitos anos. Fiz parte de AI do México, da Argentina, e do Brasil, até que esta seção foi desativada. Atualmente sou membro da seção dos Estados Unidos (AIUSA). Minha nova matrícula na Organização é o número 2152711.
http://sites.google.com/site/lungarbattisti/beneficio-da-duvida

TEMPERAMENTO MAIS QUE FORTE: TEMPERAMENTO BIPOLAR.

Os conceitos de depressão e mania existem há séculos e Hipócrates já havia descrito pacientes com melancolia, atribuindo-lhe causa biológica. Entretanto, somente a partir do século passado ficou claro que depressão e mania representavam dois estágios de uma mesma doença. Veja as dezoito perguntas respondidas por Arnaldo Vicente no programa Rádio Mulher, em 2007, em Bauru-SP.

Até o início dos anos oitenta o transtorno do humor (ou afetivo) bipolar era conhecido como psicose maníaco-depressiva, mas a partir dos anos setenta foram estudadas também formas mais leves de euforia, como a hipomania. Com isso, o termo psicose, que denotava maior gravidade, deixou de ser apropriado para a maioria dos pacientes.

1- O que são Transtornos de Humor?

Transtornos do humor (ou afetivos) são enfermidades em que existe uma alteração do humor, da energia (ânimo) e do jeito de sentir, pensar e se comportar.
Acontecem como crises únicas ou cíclicas, oscilando ao longo da vida. Podem ser episódios de depressão ou de mania.
Na depressão a pessoa sente tristeza exagerada e desânimo e na mania um aumento da energia e euforia anormal.
A maioria dos pacientes sofre apenas de depressão(ões) e alguns também têm manias. O termo mania não significa "mania de fazer alguma coisa" ou algum tique - é simplesmente o nome dado para a fase de euforia da doença maníaco-depressiva. Às vezes surgem sintomas depressivos e maníacos simultaneamente, os chamados estados mistos.

Os sintomas de euforia e depressão podem variar de um paciente a outro e no mesmo paciente ao longo do tempo, muitas vezes confundindo a ele e seus familiares.

2- O que significa BIPOLAR?

Os transtornos do humor podem acontecer ao longo da vida dentro de um curso unipolar ou bipolar.
No unipolar só ocorrem depressões e no bipolar depressão e mania. Pacientes que só tem manias são raros e contam como bipolares, porque costumam desenvolver depressão cedo ou tarde.

3- Que tipos de Transtornos do Humor existem?

Os transtornos do humor podem ter freqüência, gravidade e duração variáveis. Portanto, a depressão pode ser única ou recorrente (repetir-se várias vezes), de intensidade leve, moderada ou grave e durar semanas, meses ou anos.
Se os sintomas persistirem por anos são chamadas de crônicas. Se for leve ou moderada, a pessoa ainda consegue realizar suas atividades, com esforço, algo impossível se ela for grave.
A maioria das pessoas que sofre de depressão não acha que está doente porque não está gravemente deprimida, ou seja, incapacitada, desesperada ou angustiada.
Também tem a distimia que é um tipo de transtorno do humor com sintomas depressivos mais leves que da depressão, porém duradouros e oscilantes, em que predominam irritabilidade e mau-humor.
Freqüentemente é confundida com a personalidade da pessoa e costuma evoluir para depressão.
Basta uma única fase de hipomania ou mania, precedida ou não de qualquer tipo de depressão acima mencionado, para diagnosticar transtorno do humor bipolar. Depois da primeira (hipo)mania geralmente alternam-se depressões e euforias de intensidade variável.

4- Existem quantos tipos de Transtorno Bipolar?


Existem 3 tipos de transtorno bipolar.
Bipolar tipo I: se houve pelo menos um período de mania ou estado misto;
Bipolar tipo II: quando só aconteceram hipomanias - crises de euforia mais leves que mania;
Bipolar tipo III: o estado misto - que caracteriza-se pela superposição ou alternância num mesmo dia de sintomas depressivos e eufóricos importantes.

Na ciclotimia se alternam durante anos sintomas de depressão e de euforia ainda mais leves, que duram apenas alguns dias. Pode ser confundida com um jeito de ser "instável", "cheio de altos e baixos" e freqüentemente antecede sintomas depressivos e eufóricos mais graves.

Se a depressão, a mania ou o estado misto estiverem acompanhados de alucinações (sentir, ver ou ouvir algo que não existe) ou delírios (pensar algo irreal, como achar-se culpado de coisas que não fez, que está sendo perseguido, que possui poderes especiais, etc. ) trata-se do sub-tipo psicótico.

O transtorno do humor bipolar também pode ser chamado de transtorno afetivo bipolar ou doença maníaco-depressiva.

5- Qual a freqüência dos Transtornos de Humor e quem corre mais risco?

Os transtornos do humor atingem mais de 20 % da população em algum momento da vida.
As depressões são duas vezes mais comuns em mulheres que homens.
Iniciam-se em geral entre os 20 e 40 anos de idade e vitimam 16 a 18 % das pessoas.
Transtornos do humor bipolares tipo I atingem igualmente 1 a 2 % dos homens e mulheres e começam geralmente entre 15 e 30 anos de idade.

Ao redor de 5 % da população pode desenvolver a forma bipolar tipo II, mais comum em mulheres. Apesar de infreqüentes os transtornos do humor atingem crianças, com sintomas ansiosos e irritabilidade predominantes.

6- Quais são as causas do Transtorno do Humor Bipolar?

Desconhece-se as causas exatas do transtorno bipolar, mas aparentemente o fator genético é determinante.
Existe uma interação complexa entre fatores ambientais e internos com graus variáveis de vulnerabilidade genética.
Inúmeros estresses podem desencadear ou mesmo manter as primeiras crises. Dificuldades financeiras, doença na família, perda de uma pessoa importante, uso de drogas, de inibidores de apetite, parto, etc. podem desencadear a doença em pessoas predispostas.

Parentes de primeiro grau de pacientes com transtorno bipolar do humor podem ter diferentes tipos de transtornos do humor: unipolar, bipolar tipo I ou II, ciclotimia ou distimia.

É muito comum a pessoa atribuir a acontecimentos importantes, a problemas financeiros, profissionais ou sócio-familiares razões para entrar em depressão ou (hipo)mania.
É mais comum ainda que ao menos parte desses problemas sejam conseqüência dos sintomas iniciais da doença, que se agravam a partir daí.

7- Quais são os sintomas da Depressão?

Na depressão a pessoa fica com o humor para baixo, sente-se triste, apática, angustiada, ansiosa. Cai o nível de energia, aparece desânimo, dificuldade em sentir prazer na vida como antes, inclusive sexual. Ocorre uma lentificação psíquica e física, paradoxalmente associada a desassossego quando a ansiedade for intensa. Fica difícil se concentrar, a memória falha, o raciocínio não flui mais. A mente é invadida por um onda de pessimismo, de idéias e preocupações negativas.
Surgem sentimentos de culpa, insegurança, medo, inutilidade, solidão, burrice, inadequação, fracasso, baixa auto-estima, falta de sentido. Tudo é avaliado dentro de uma visão negativa distorcida: passado, presente e futuro. Podem aparecer pensamentos de morte e alucinações. Ocorrem alterações de apetite e/ou peso. O tempo de sono pode aumentar ou diminuir, mas o sono deixa de ser reparador. Freqüentemente há queixas de dores e mal-estar físico, resultando em várias visitas médicas sem sucesso, antes de se diagnosticar depressão.

8- Como identificar a Depressão?

A depressão geralmente passa desapercebida, porque para a maioria das pessoas é leve a moderada, comprometendo menos a capacidade da pessoa. Geralmente ela é sentida quando aparece angústia, sofrimento psíquico, muita ansiedade. È importante saber que a irritabilidade é um sintoma muito comum e nunca representa uma característica de personalidade.

9- Qual a diferença de uma tristeza normal?

Sentimentos de alegria, tristeza, "fossa", angústia ou luto fazem parte da vida.
O deprimido aumenta as suas dificuldades, tem uma sensação de incapacidade e não consegue mais solucionar seus problemas - ou vê problemas onde não existem.

10- Como é a Mania?

O termo mania significa um estado mental alterado em que a pessoa se sente eufórica, acelerada e/ou muito irritada, "pavio curto", podendo tornar-se agressiva verbal e fisicamente.
Ocorre agitação ou inquietação, aumento da energia e redução da necessidade de sono.
Os pensamentos se aceleram, aumenta a quantidade de idéias, a pessoa não consegue falar tudo que vem à mente ao mesmo tempo.
Não consegue manter a atenção num único tema, começa a fazer muitas coisas ao mesmo tempo e não consegue terminar, tudo se torna importante.
Tudo precisa acontecer imediatamente, há brigas e discussões.
Os sentimentos podem ser de alegria exagerada e grande euforia ou mesmo de agitação incômoda e sofrida. Surgem autoconfiança e otimismo extremos, sensações de poder, influência, capacidade, inteligência, riqueza.
Ela pode ter alucinações e achar-se imbuída de poderes ou dons especiais. Súbitos sentimentos de depressão podem vir e logo desaparecer. Muitos planos vêm à mente, ocorrem gastos excessivos, endividamentos, negócios irresponsáveis ou precipitados. Aumenta o contato social, a pessoa fica desinibida, deixa de se comportar de acordo com seu padrão. Na esfera sexual aumenta a libido, a desinibição, o erotismo.
Em geral falta autocrítica, porque a pessoa sequer percebe as mudanças ou não as vê como algo ruim ou incompreensível.

Como na depressão, nem todos sintomas necessitam estar presentes para que o médico faça o diagnóstico.

11- Como é a Hipomania?

Na hipomania o grau de aceleração psíquica é menor que na mania.
È comum aparecer antes ou depois de uma depressão e durar alguns dias.
Os sintomas são os mesmos, de menor gravidade e a pessoa não tem sintomas psicóticos. O humor geralmente é irritável e a pessoa se torna provocativa (achando sempre que os outros a provocam). O aumento de energia pode ser produtivo, mas a pessoa se dispersa mais e perde mais tempo em detalhes. Pode ter menos necessidade de dormir, tornar-se exageradamente otimista, segura de si, arrogante, enfim, sentir-se acima dos outros. Aumentam as idéias, os planos, os gastos, a libido.
Como na mania, a pessoa justifica toda a alteração do comportamento atribuindo-a a circunstâncias da vida, mas por ser menos séria freqüentemente não é diagnosticada.

12- Como é o Estado Misto?

Como o próprio nome diz, nessa situação ocorrem simultaneamente sintomas depressivos e maníacos acentuados.
A pessoa pode acordar em pleno sofrimento e lentidão depressiva, ir melhorando e sentir-se progressivamente mais eufórica com o passar do dia, ou o inverso. Também pode sentir-se muito agitada, acelerada, fazendo gastos e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperança, pessimismo, vontade de morrer, ou seja, sentir-se ao mesmo tempo exaltada e deprimida.
Freqüentemente ocorrem estados mistos na passagem de uma fase de (hipo)mania para depressão ou vice-versa.

13- O que acontece se não se tratar?

Existe a possibilidade dos sintomas melhorarem sem qualquer tratamento após semanas, meses ou anos. Mesmo antes de haver medicamentos eficazes, sabia-se que o paciente podia ter apenas um episódio de depressão na vida, com anos de remissão, antes de se reiniciarem os sintomas, ou apresentar episódios anuais ou intervalos de tempo cada vez menores alternados com períodos de doença cada vez maiores ao longo do tempo. É importante saber que com tratamento o estado maníaco ou depressivo passa mais rápido, sem deixar seqüelas.

Pessoas que sofrem de transtorno bipolar levam em média 8 anos antes de serem diagnosticadas e/ou receberem tratamento adequado. Neste período e antes que seja totalmente controlado os pacientes tiveram sofrimento físico e psíquico imensurável e podem ter acumulado perdas irreversíveis nos relacionamentos afetivos, nos estudos e no trabalho. Isto significa separações, repetência, incapacidade de adquirir uma profissão, perda do emprego, invalidez precoce ou mesmo morte. Na depressão tudo se torna difícil e custoso: estudar, trabalhar, conviver com as pessoas. Comprometem-se relacionamentos afetivos, na família, com o cônjuge, ou com colegas e amigos. Para atenuar o sofrimento, muitos se tornam usuários de tranqüilizantes, álcool ou drogas. Além das perdas já mencionadas, a pessoa pode correr risco de vida por negligenciar cuidados com a saúde ou por suicídio.

Durante a mania a pessoa se sente ótima e não consegue avaliar as conseqüências da irritabilidade, desinibição e sociabilidade na esfera pessoal. Atitudes tomadas durante a (hipo)mania podem resultar em rompimentos conjugais, com familiares e amigos ou em ruína financeira e endividamentos. Há risco de adultério, de gravidez indesejada, de contrair doenças sexualmente transmissíveis. Os pacientes podem perder o emprego, arruinar sua reputação, passar a abusar de álcool e/ou drogas. A combinação com o álcool é desastrosa, pelo risco de acidentes, violência e problemas com a polícia.

14- Como tratar alguém com o Transtorno Bipolar?

O aparecimento do transtorno bipolar se deve a uma combinação de fatores, em que aspectos biopsicosociais desempenham papel importante no desencadeamento da doença. Assim sendo, tratamentos medicamentosos, orientação sobre a doença e psicológicos estão indicados. O segredo está no encontro da combinação ideal para cada paciente.

15- Como a família e amigos podem ajudar?

Antes de mais nada é necessário conhecer a doença e o tratamento do transtorno bipolar do humor. Mesmo assim, cada novo episódio representa um desafio, porque se misturam problemas individuais, questões pendentes, características de cada família.

O apoio ao tratamento é fundamental para ajudar o paciente em momentos difíceis a manter os medicamentos na dose certa e no horário prescrito.
Bastam alguns dias sem tomar a medicação ou tomando menos que necessário para que entre em nova crise.
Compreender os sintomas não como seu jeito de ser, mas como doença, alivia muito e reduz o sentimento de culpa no deprimido.
O doente em euforia requer firmeza e paciência, porque o relacionamento se torna mais desgastante. Ele pode recusar as orientações da família, alegando que agora toda vez que se sentir feliz e de bem com a vida logo pensam que está em mania.
A intervenção junto ao médico antes que perca a autocrítica previne conseqüências piores ou eventual internação.

- se os medicamentos estiverem causando efeitos colaterais muito incômodos e o paciente mencionar que quer parar com tudo isso, o médico deve ser informado;

- detectar com o paciente os primeiros sinais de uma recaída; se ele considerar como intromissão, afirmar que é seu papel auxiliá-lo;

- falar com o médico em caso de suspeita de idéias de suicídio e desesperança;

- compartilhar com outros membros da família o cuidado com o paciente;

- estabelecer algumas regras de proteção durante fases de normalidade do humor, como retenção de cheques e cartões de crédito em fase de mania; auxiliar a manter boa higiene de sono;
programar atividades antecipadamente.

- mesmo depois da melhora, há um período de adaptação e desapontamento; é importante não exigir demais e não superproteger; auxiliá-lo a fazer algumas coisas, quando necessário;

- evitar chamar o paciente de louco ou demonstrar outros sinais de preconceito, que favorecem o abandono do tratamento; tratá-lo normalmente e apontar sintomas com carinho;

- aproveitar períodos de equilíbrio para diferenciar depressão e euforia de sentimentos normais de tristeza e alegria.

16- Como o paciente pode se ajudar?

A pessoa mais interessada no próprio bem-estar é quem está doente.
O paciente com transtorno bipolar do humor tem uma doença que costuma durar a vida toda, que se mantém sob controle com tratamento adequado.
Cabe a ele o esforço de manter o tratamento: é ele quem toma os medicamentos - ou não. Ninguém pode forçá-lo, a não ser em situações que ponham em risco a sua segurança ou a de outros.

17- Quais as dicas para que tem este Transtorno?

Faça refeições nutritivas, se esforce para reduzir o nível de "stress" e faça exercícios regularmente.

• Procure apoio social. Se quiser, você pode contar para as pessoas de sua confiança sobre a doença para que possam saber quando e como ajudar. Às vezes estas pessoas próximas podem detectar os sintomas antes de você e assim ajudá-lo a buscar ajuda o quanto antes. Tente participar de grupos da Auto-Ajuda.

• Não consuma álcool e drogas ilegais.

• Faça um diário para avaliar o seu humor, medicação e ocorrências diárias. Isto pode ajudar a perceber episódios de euforia ou depressão antes destes se tornarem severos.

• Caso você tenha pensamentos suicidas avise um médico, familiar ou grupo de apoio imediatamente. Pensamentos suicidas são sintomas temporários de sua doença que podem desaparecer com o tratamento correto.

• Caso você esteja planejando um tratamento dentário, cirurgia ou vá para o Pronto-Socorro, avise seu médico ou dentista sobre a sua medicação.

• Lembre-se que o transtorno bipolar não define quem você é. Você é um indivíduo que pode administrar a sua doença, monitorar seu tratamento e se sentir melhor.

• Mantenha-se informado sobre o transtorno bipolar. Acredite em sua capacidade de recuperação mesmo quando estiver se sentindo frustrado.


• Durma o suficiente. O sono é um dos elementos mais importantes para se manter o transtorno bipolar sob controle.

18- Quais as dicas para dormir melhor?

• Evite bebidas alcoólicas.
• Evite fumar.
• Evite bebidas com cafeína (café, refrigerantes, chá preto, chimarrão, achocolatados) após às 15:00hs.
• Evite exercícios físicos em horário próximo ao de deitar.
• Evite remédios para dormir sem ter uma prescrição médica.
• Evite dormir com fome ou sede.
• À noite, faça refeições leves.
• Mantenha horários regulares para deitar e levantar.
• Procure um ambiente para dormir sem luminosidade, ruído ou temperaturas desagradáveis.
• Vá para a cama com sono e saia da cama se estiver sem sono.
• Use a cama apenas para sono e sexo (não leia, estude, coma, etc). Deixe as preocupações longe da cama.
Sites importantes:
http://www.abrata.com.br
http://www.bipolaridade.com.br
http://www.drauziovarella.ig.com.br/entrevistas/teste_valentim.asp

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO - TOC.

Querer sentir-se seguro no dia a dia é um desejo normal, para que isto aconteça é preciso ter certos cuidados como seguir regras e evitar situações que possam nos ameaçar. Quando estes cuidados são repetidos excessivamente podemos estar diante de um transtorno comum: o TOC. Veja dezessete perguntas sobre o TOC respondidas por Arnaldo Vicente no programa Rádio Mulher, em Bauru-SP, em 2006.

1- O que é o TOC?

O TOC é um transtorno mental incluído entre os chamados transtornos de ansiedade.

2- Quais são os seus sintomas?

Seu sintoma principal é a presença de obsessões que são acompanhados de ansiedade ou desconforto, e das compulsões ou rituais realizados para reduzir a aflição que acompanha as obsessões.

3- O que são obsessões?

Obsessões são pensamentos ou impulsos sentidos como estranhos ou impróprios, que invadem a mente de forma repetitiva e persistente. Podem ainda ser imagens, palavras, frases, números, músicas, etc.

4- Quais as obsessões mais comuns?

• Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação

• Dúvidas quanto a fechar o carro, o gás, etc

• Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento

• Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas

• Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios, relacionados a sexo (comportamento sexual violento, abusar sexualmente de crianças, falar obscenidades, etc.)

• Preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar

• Preocupações com doenças ou com o corpo

• Religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias)

• Pensamentos supersticiosos: preocupação com números especiais, cores de roupa, datas e horários (podem provocar desgraças)

• Palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis

5- As obsessões interferem no estado emocional das pessoas?

Sim, obsessões são pensamentos, e já sabemos que os pensamentos determinam nossas emoções; geralmente as pessoas sentem ansiedade, medo, aflição, angústia, culpa ou desprazer.

6- O que as pessoas com TOC fazem para lidar com essas emoções?

Elas tentam neutralizar esse desconforto realizando rituais ou compulsões, ou através de evitações (não tocar, evitar certos lugares).

7- O que são compulsões ou rituais?

São comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos, executados em resposta a obsessões, ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente.

8- Quais as compulsões mais comuns?

• De lavagem ou limpeza

• Verificações ou controle

• Repetições ou confirmações

• Contagens

• Ordem, simetria, seqüência ou alinhamento.

• Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar ou economizar.

• Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números.

• Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.

7- Existem compulsões mentais que a pessoa faz e ninguém percebe?

Sim, elas são realizadas mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis. Elas têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento. Alguns exemplos:

• Repetir palavras especiais ou frases

• Rezar

• Relembrar cenas ou imagens

• Contar ou repetir números

• Fazer listas

• Marcar datas

• Tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários.

8- Existe mais algum tipo de compulsão?

Não são bem compulsões de fazer, mas de não fazer; são chamadas de evitações.

9- Quais são estas evitações?

• Não tocar em trincos de portas, corrimãos de escadas ou de ônibus; não tocar nas portas, nas tampas de vasos, descargas ou torneiras de banheiros (ou usar um lenço ou papel para tocá-los);

• Isolar compartimentos e impedir o acesso dos familiares quando estes chegam da rua; obrigá-los a tirar os sapatos, trocar de roupas, lavar as mãos ou tomar um banho quando chegam da rua;

• Restringir o contato com sofás (cobri-los com lençóis, não sentar com a roupa da rua ou com o pijama);

• Não sentar em bancos de praça ou de coletivos;

• Não encostar roupas usadas “contaminadas”, nas roupas “limpas” dentro do guarda-roupa;

• Evitar sentar em salas de espera de clínicas ou hospitais (principalmente em lugares especializados em câncer ou AIDS);

• Não usar talheres de restaurantes ou de outras pessoas da família;

• Não usar telefones públicos;

• Não cumprimentar determinadas pessoas (mendigos, aidéticos, pessoas com câncer, etc.);

• Não utilizar banheiros que não sejam os da própria casa;

• Evitar pisar no tapete ou piso do banheiro em casa ou no escritório;

10- As compulsões e os rituais curam a pessoa que tem o TOC?

Não. As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às obsessões, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão.

Por outro lado, em vez de enfrentar as obsessões que geram seus medos seus medos a pessoa faz com que eles se perpetuem, tornando-se ao mesmo tempo prisioneiro das suas compulsões e dos seus rituais.

11- As compulsões tem uma conexão com a realidade?

Assim como as obsessões podem ser ilógicas também as compulsões podem não ter uma conexão com a realidade que desejam prevenir:

Por exemplo: alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça.

Isto acontece nesses casos,porque por trás desses rituais existe um pensamento ou obsessão de conteúdo mágico, muito semelhante ao que ocorre nas superstições.

12- O TOC torna a vida das pessoas mais dificeis?
Sim, por exemplo, é comum, em portadores do TOC, a lentidão ao executar tarefas.

Essa lentidão pode ocorrer em razão de dúvidas, repetições para “fazer a coisa certa ou exata...” (tirar e colocar a roupa várias vezes, sentar e levantar, sair e entrar, etc.), verificações repetidas (trabalho, listas, documentos), banho demorado, tempo demasiado para se arrumar (perfeccionismo), ou do adiamento de tarefas devido à indecisão (necessidade de ter certeza).

13- Há conseqüências na convivência familiar?

Sim, as pessoas com TOC podem fazer exigências que vão causar conflitos constantes comprometendo a harmonia conjugal e familiar. Vamos pensar nas pessoas que tem preocupações excessivas com sujeira, doenças e contaminação:

Uma paciente obrigava seus familiares a trocarem a roupa ou os sapatos para entrar em casa;

Outra obrigava o marido a tomar um banho imediatamente antes das relações sexuais;

Uma terceira obrigava o marido a lavar a boca antes de lhe dar um beijo ao chegar da rua e

Outra exigia que seu filho de dois anos usasse luvas para abrir a porta

14- Quais as causas do TOC?

Até o presente momento, ainda não foram esclarecidas as verdadeiras causas do TOC. Evidências apontam diversos fatores de ordem biológica (envolvendo especialmente o funcionamento cerebral) e de ordem psicológica que contribuem para o aparecimento e para a manutenção dos sintomas.

15- O TOC é considerado uma doença grave?

Sim, o TOC é considerado uma doença mental grave por vários motivos: está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a organização Mundial de Saúde; acomete preferentemente indivíduos jovens ao final da adolescência – e muitas vezes começa ainda na infância -, sendo raro seu início depois dos 40 anos; geralmente é crônica e se não tratada, na maioria das vezes seus sintomas se mantêm por toda a vida.

16- O TOC é uma doença rara?

Não, o TOC é uma doença bastante comum, acometendo aproximadamente um em cada 40 ou 50 indivíduos.

No Brasil, é provável que existam entre 3 e 4 milhões de portadores. Muitas dessas pessoas, embora tenham suas vidas gravemente comprometidas pelos sintomas, nunca foram diagnosticadas e tampouco tratadas.

Talvez a maioria desconheça o fato de esses sintomas constituírem uma doença para a qual já existem tratamentos bastante eficazes.

17- Quais os tratamentos indicados para o TOC?

Os tratamentos mais efetivos para o TOC incluem alguns medicamentos e também a terapia cognitivo-comportamental.

A hipótese de que as aprendizagens errôneas desempenham importante papel no TOC consiste na base do chamado modelo cognitivo-comportamental reduzir seus efeitos constitui forte evidência a favor dessa hipótese ou modelo.

Esta reduz ou elimina os sintomas em mais de 70% dos pacientes. A terapia ainda é um método pouco conhecido e pouco utilizado em nosso meio.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vivemos e morreremos.


Isto é fato e não uma situação problema.
O que definirá se isto será ou não um problema é a sua maneira de pensar sobre este fato.

Separação conjugal.


Isto é fato e não uma situação problema.
O que definirá se isto será ou não um problema é a sua maneira de pensar sobre este fato.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O futuro é incerto.

Isto é fato e não uma situação problema.
O que definirá se isto será ou não um problema é a sua maneira de pensar sobre este fato.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mudando para melhor!

Pode mudar uma pessoa que se mostra desobediente, estúpida, respondona, "relaxada", irritada para todas as situações e ter péssima relação interpessoal?
R- Sim, se tiver o apoio da família, dos amigos e ter força de vontade.

Que pensamentos faziam com que essa pessoa permanecesse tão negativa?
R- Todo mundo quer me ferrar, todo mundo está contra mim, ninguém está fazendo o que eu quero, como deviam fazer. Sou inferior, tento agradar as pessoas, fazer o que elas querem, mas não adianta. Fico com raiva e desconto em todo mundo.

Que resultados essa pessoa estava colhendo?
R- Ruins, ninguém queria ficar perto dela, ela estava afastando as pessoas de perto dela. Ela queria que todos gostassem dela, mas acaba que ninguém gosta.

Que pensamentos ela passou a ter para melhorar-se?
R- As pessoas querem me ajudar, as pessoas não precisam fazer tudo que eu quero. Sou uma pessoa melhor, feliz e passei a agir de modo próprio e não só para agradar as pessoas.

Assinado: um adolescente de 17 anos.

Martin Seligman ensina você a ser otimista.



Quem Não Desiste Nunca?

Como você pensa a respeito das causas dos Infortúnios pequenos e grandes, que se abatem sobre você? Algumas pessoas as que desistem facilmente, dizem habitualmente de seus infortúnios: “ Só podia acontecer comigo. Vai durar para sempre e vai comprometer tudo que estou fazendo.”. Outros, aqueles que resistem a se entregar à adversidade, dizem: “ Foram as circunstâncias. Vai passar logo e, além do mais, a vida ainda tem muito o que oferecer .”
Sua maneira habitual de explicar os maus acontecimentos, seu estilo explicativo, é muito mais do que as palavras que você anuncia quando fracassa. É um hábito de pensar adquirido na infância e na adolescência. Seu estilo explicativo emana diretamente da maneira como vê o lugar que ocupa no mundo – se se considera uma pessoa possuidora de méritos ou desprovida de qualidades, inútil. É a marca que o distingue como otimista ou pessimista.

HÁ TRÊS DIMENSÕES CRUCIAIS PARA O SEU ESTILO EXPLICATIVO: PERMANÊNCIA, ABRANGÊNCIA E PERSONALIZAÇÃO.

PERMANÊNCIA

As pessoas que desistem com facilidade acreditam que as causas dos maus acontecimentos que ocorrem em suas vidas são permanentes, persistem, afetando tudo o que fazem. As que resistem ao desamparo acreditam que as causas dos infortúnios são passageiras.

PERMANENTES PASSAGEIRAS
“Estou liquidado.” “Estou exausto”.
“Os regimes nunca funcionam.” “Os regimes não funcionam
quando você come fora.”
“Você sempre resmunga.” “ Você resmunga quando não
limpo meu quarto.”
“O patrão é um f.- d.-p.” “O patrão está de mau humor.”
“Você nunca fala comigo”. “ Você não tem falado comigo
ultimamente.”

Se pensa sobre os reveses em termos de sempre e nunca, você tem um estilo permanente, pessimista. Se pensa em termos de às vezes e ultimamente, se usa gradações e atribui os reveses a condições transitórias, você tem um estilo otimista.

Os reveses fazem com que qualquer um fique pelo memos momentaneamente desamparado. É como um soco no estomâgo. Dói mas a dor passa – para algumas quase estantaneamente. Para as outras, a dor permanece ela ferve, ela corrói, e acaba se transformando em rancor. Entregam-se ao desamparo durante dias e até meses, até mesmo diante de pequenos contratempos. São capazes de nunca mais se recuperarem de grandes reveses.

O ESTILO OTIMISTA DE EXPLICAR OS BONS ACONTECIMENTOS É JUSTAMENTE O OPOSTO DO ESTILO OTIMISTA DE EXPLICAR OS MAUS ACONTECIMENTOS.

As pessoas que acreditam que os bons acontecimentos têm causas permanentes são mais otimistas do que as que acreditam que eles têm causas temporárias.

TEMPORÁRIAS PERMANENTES
(Pessimistas): (Otimistas):
“É o meu dia de sorte.” “Tenho sempre sorte”.
“Faço força.” “Sou talentoso.”
“O meu adversário cansou.” “O meu adversário não é bom.”

As pessoas otimistas explicam os bons eventos a si mesmas em termos de causas permanentes : características, habilidades, sempre. Os pessimistas denominam as causas transitórias de: estados de espírito, esforço, às vezes.

As pessoas que acreditam que os bons acontecimentos têm causas permanentes esforçam-se ainda mais depois de terem sido bem sucedidas. As que atribuem razões temporárias aos bons acontecimentos podem desistir depois de serem bem sucedidas, acreditando que o sucesso foi um casualidade.

Abrangência: O Específico contra o Universal

A PERMANÊNCIA TEM A VER COM O TEMPO. A ABRANGÊNCIA, COM O ESPAÇO.

Eis aqui alguns exemplos de explicações universais e específicas de maus acontecimentos:

UNIVERSAIS ESPECÍFICAS
(Pessimistas): ( Otimista):
“Todos os professores “O professor Seligman é injusto”.
são injustos”.
“ Eu sou repulsiva”. “ Eu sou repulsiva para ele.”
“Os livros são inúteis”. “ Esta livro é inútil”.

Explicações universais, de caráter genérico,produzem desamparo num raio de muitas situações, e explicações específicas produzem desamparo somente na área em crise.
Você acostuma catastrofizar?

O estilo explicativo otimista para os bons acontecimentos é o oposto do estilo explicativo para os maus acontecimentos. O otimista acredita que os maus acontecimentos têm causas específicas, ao passo que os bons acontecimentos favorecerão tudo que fizer; o pessimista acredita que os maus acontecimentos têm causas universais e que os bons acontecimentos são causados por fatores específicos.

ESPECÍFICAS UNIVERSAIS
(Pessimistas): ( Otimistas):
“ Sou bom em matemática.” “Sou bom”.
“ Meu corretor conhece ações “Meu corretor conhece Wall Street”.
de petróleo.”.
“Fui charmoso com ela.” “Fui charmoso”.


As pessoas que dão explicações permanentes universais para os seus problemas tendem a entrar em colapso quando sob pressão, por muito tempo e diversas situações. Nenhum outro resultado isolado é tão importante quanto o seu escore de esperança.

Personalização: Interna contra Externa ( Interior contra Exterior )

HÁ UM ASPECTO FINAL DO ESTILO EXPLICATIVO: PERSONALIZAÇÃO.
Uma ocasião, comenta Seligman, vivi com uma mulher que punha a culpa de tudo em cima de mim. A comida ruim de um restaurante, vôos atrasados e até o vinco malfeito das calças que voltavam da tinturaria. -Querida – eu disse um dia, exasperado após ter sido repreendido porque o secador de cabelos não funcionava -, você é a criatura que mais exterioriza as contrariedades que já conheci.
- É verdade – esbravejou -, e você é o culpado!

Quando acontecem coisas ruins, podemos nos culpar (interiorizar) ou ou podemos culpar outras pessoas pelas circunstâncias (exteriorizar). As pessoas que se culpam têm, conseqüentemente, pouca auto-estima. Julgam-se sem valor e sem talento e desprezíveis. As pessoas que põem a culpa nos acontecimentos externos não perdem
a auto-estima quando ocorrem reveses. No fundo, gostam mais de si mesmas do que as pessoas que se culpam pelos tropeços da vida. Um nível baixo de auto-estima deriva geralmente de um estilo interiorizado com relação aos maus acontecimentos.

INTERIORIZADO EXTERIORIZADO
(Baixa auto-estima) (Alta auto-estima)
“Sou um burro.” “Você é um burro.”
“Não sou bom jogador de pôquer.” “Não tenho sorte no pôquer”
“Sou inseguro”. “Cresci na pobreza.”

Uma última informação, o estilo otimista de explicar os bons eventos é o oposto do usado para os maus acontecimentos. É interno e não externo. As pessoas que acreditam que são causadoras de coisas boas em geral gostam mais de si mesmas do que as que julgam que as boas coisas derivam de outras pessoas ou de outras circunstâncias.

EXTERIORIZADO INTERIOZADO
(Pessimistas): (Otimistas):
“Um golpe de sorte ...” “Posso tirar partido da sorte”.
“A habilidade de meus colegas...” “ Minha habilidade...”


Caso você tenha se identificado como uma pessoa pessimista não tenha pans, discuta o assunto em terapia e se quiser entender mais sobre o trabalho de Martin Seligman leia o seu livro: Aprenda a ser Otimista.

Pensar bem faz o trabalho ficar melhor.


Esta semana um dos temas que mais conversamos em terapia foi sobre sucesso profissional, um dos tópicos que abordamos foi sobre a influência dos pans relacionados ao futuro já que e realização pessoal acontece também quando temos uma realização profissional. Não importa a profissão, sempre estaremos formando idéias ao refletirmos sobre o nosso desempenho na mesma. Faz-se necessário conhecer essas idéias e examiná-las. Leia, abaixo, uma entrevista sobre este tema concedida por Arnaldo Vicente ao Programa Rádio Mulher, em 2006, em Bauru-SP.
RM - O que um vendedor pensa influi em suas vendas?
AV - Com certeza. No momento em que avistam o cliente sua primeira reação é refletir e ter pensamentos sobre a situação.
RM - Porque esses pensamentos influem tanto nas pessoas?
AV - Por que esses pensamentos se congelam em convicções, ou seja, as pessoas imediatamente, automaticamente acreditam no que pensam.
Uma vez acreditadas essas convicções podem se tornar tão habituais que o vendedor nem se dá conta de que as tem.
Porém as convicções não ficam ociosas: tem conseqüências.
RM - E quais são as conseqüências de acreditar nesses pensamentos automaticamente?
AV - Eles são as causas diretas do que ele sente e do que ele faz em seguida.
RM - Então as convicções podem estabelecer a diferença entre um vendedor desanimado e sistente, de um lado, e o de um vendedor animado e persistente, do outro?
AV - É isso mesmo.
RM - Em geral quais são os pensamentos do vendedor desanimado e desistente?
AV - Depende do que ele pensar sobre a situação do momento.
RM - Considerando que não é possível ter certeza se o cliente comprará ou não, o que ele pode pensar?
AV - Lá vou eu para receber mais um não. Detesto fazer isto. Fica irritado, tenso e vai até o cliente com má vontade.
RM - E numa situação em que o cliente diz que está apenas olhando, o que ele pode pensar?
AV - Ele está me enrolando, devia ir enrolar em outro lugar. Fica irritado e se distancia do cliente. Eu devo mesmo ser muito ruim.
RM - E quando consegue fazer uma boa venda, o que ele pode pensar?
AV - Pelo menos este não tomou apenas o meu tempo, mesmo assim não foi grande coisa. Fica ansioso e anda agitado sem estar preparado para uma próxima venda.
RM - Em geral quais são os pensamentos do vendedor animado e persistente?
AV- Também depende do que ele pensar sobre a situação.
RM - Considerando que não é possível ter certeza se o cliente comprará ou não, o que ele pode pensar?
AV - Vamos ver o que ele precisa hoje. Fica animado e dá atenção, mostrando possibilidades de produtos ou plano de compra que o cliente nem imaginava..
RM - Numa situação em que o cliente diz que está apenas olhando?
AV - Ele está interessado, vou ficar por perto. Fica animado, dá atenção e se interessa em saber o que o cliente está pensando sobre os produtos.
RM - E quando consegue fazer uma boa venda?
AV - Mais uma vez consegui, eu estou ficando bom nisso. Fica animado, alegre, confiante e pronto para novas vendas.
RM - Os vendedores desanimados e desistentes são pessimistas?
AV - Exatamente. Eles têm, mesmo sem perceberem, pensamentos de que se as vendas não dão sempre certo então nunca venderão nada para alguém.
E mais: quando conseguem fazer uma venda já pensam nas que não conseguirão fazer.
Eles estão sempre insatisfeitos, mau humorados e desanimados.
Em geral ficam pouco tempo em cada emprego.
RM - Os vendedores animados e persistentes são otimistas?
AV - Exatamente. Eles têm, mesmo sem perceberem, pensamentos de que se conseguiram fazer uma venda isto é uma prova de que têm jeito para vendas e que podem ficar melhor a cada dia.
E mais: quando não conseguem fazer uma venda pensam que o cliente teve seus motivos para não comprar desta vez, mas poderão voltar e comprar num outro momento.
E lembram que se um cliente não comprou não significa que todos não comprarão.
Eles estão sempre aumentando sua satisfação, são pessoas bem humoradas e animadas as maiorias das vezes..
Em geral ficam no emprego um bom tempo, principalmente se sua empresa também for otimista.
RM - Os vendedores pessimistas podem se transformar em vendedores otimistas?
AV - É claro que sim. Eles podem começar a se dar conta de suas reflexões e desafiá-las.
Verificar se estão bem fundamentadas na realidade.
Verificar se elas têm ajudado ou atrapalhado suas metas no trabalho.
E criar novas reflexões e ações para as situações em que se descobriu pessimista.
RM - As pessoas devem investir em si mesmas ou devem esperar pela empresa?
AV - As empresas modernas devem investir em seu pessoal tanto quanto investem no seu desenvolvimento e na tecnologia de seus produtos. Não basta uma mudança material é preciso associá-la a mudanças de atitudes, do empresário e de seus funcionários.
No entanto isto não tira a responsabilidade de que cada pessoa deve investir em si mesma e tornar-se um indivíduo cada vez melhor.
Lembrem-se
"Uma situação não determina como nos sentimos,
mas sim o modo com a construímos"

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ser mãe.


Ontem fiquei muito triste, na verdade acho que fiquei deprimida. Uma vóz me dizia que eu estava falhando, fiquei deseperada. Não posso falhar! Não nesta situação onde tenho que cuidar e acertar sempre. Imagens desfilaram em minha mente, todas comprovando a minha imperfeição. Nossa, como sou imperfeita! Chorei. Depois ouvi um chamado e fui cuidar, sorri, brinquei, envolvi e fui muito envolvida. Uma vóz me elogiava e senti orgulho de mim. Que bom seria se eu nunca deixasse de ouvir essa vóz dentro de mim, mas ela aparece tão pouco! Hoje aprendi que as vózes são os meus pensamentos negativos automáticos querendo me proteger, embora acabem me assustando. Quando lembro, penso em tantas situações de felicidade, eles se calam; talvez por já não me sentir tão desprotegida e assustada; talvez por não me sentir mais tão desvalorizada e inadequada. Acho que preciso arranjar um jeito de não me esquecer mais das coisas boas de minha vida! Hoje estou bem e quero continuar assim amanhã.

Perguntas que podem mudar o imediatismo.

Diante de uma atividade que você não tem tido bons resultados é importante você se perguntar: 1- Eu preciso fazer esta atividade? ou 2- Eu gosto desta atividade?
Exemplo: Um adolescente que não gosta de fazer tarefas, leituras, trabalhos e estudar alguns dias antes da prova.
Caso ele pense: - Eu não farei porque não gosto; provavelmente ele não executará essas atividades e se envolverá em fazer atividades que ele gosta e lhe dá um prazer imediato.
O que acontecerá ao final do ano letivo com este adolescente? Provavelmente ele terá dificuldades, como ter que ficar mais tempo estudando na escola ou em sua casa, tendo que deixar de fazer aquelas atividades que ele tanto gosta, para não repetir de ano.
O que poderia acontecer no final do ano letivo se ele tivesse feito a pergunta: Eu preciso dessas atividades? Essas atividades poderão me trazer os resultados que eu preciso e vou gostar ao final do ano letivo?
Ele poderia executar essas atividades e ficar com o tempo mais livre ao final do ano para fazer atividades que gosta e lhe dá prazer.

Comente: O que pode acontecer no futuro quando hoje eu faço atividades que preciso, mesmo não gostando neste momento?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Miss Imperfeita.


Este texto extraído da Revista do Jornal O Globo, é uma colaboração enviada por uma paciente de TC. Façam seus comentários.

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.
Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias..

Cinco dias!

Tempo para uma massagem..

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um tr abalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.



Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'


Martha Medeiros - Jornalista e escritora

terça-feira, 6 de abril de 2010

Você se preocupa demais?



Aprenda a lidar com suas preocupações excessivas.

Desde criança aprendemos que devemos nos preocupar, mas quando adulto precisamos saber que a preocupação excessiva é uma doença.

1- O que são preocupações excessivas?
São as preocupações frequentemente usadas como estratégias para controlar as conseqüências negativas imaginadas. Essas preocupações se tornam crônicas.

2- Qual o perfil da pessoa que tem preocupações excessivas?
- É uma pessoa que acha que se algo ruim pode acontecer, é sua responsabilidade se preocupar a respeito;
- Não aceita qualquer incerteza – precisa saber de tudo com certeza;
- Trata os seus pensamentos negativos como se fossem verdadeiros;
- Qualquer coisa ruim que venha a acontecer é um reflexo do que ela é como pessoa;
- O fracasso é inaceitável;
- Quer livrar-se de qualquer sentimento negativo imediatamente;
- Trata tudo como se fosse uma emergência.
- Na verdade, se preocupa com algo que provavelmente nunca ocorrerá.
- Elas fazem “o caminho real para a infelicidade!

3- Como fazer para se livrar das preocupações excessivas antes que fiquem crônicas?
São sete passos:
Primeiro passo é pragmático: que utilidade tem a preocupação?
A pessoa argumenta que a preocupação é uma estratégia: que preocupada estará preparada, motivada e capaz de jamais ser surpreendida.
O segundo passo refere-se a lidar com a incerteza, a pessoa deve aceitar a incerteza, que é inevitável e cujo desconforto decorrente pode motivar a mudança e o crescimento.
Terceiro passo, deve desafiar e testar seus pensamentos, através de perguntas como: “qual o pior resultado, o melhor e o mais provável?” ou “estou fazendo as mesmas previsões futuras erradas que eu sempre faço?”.
Perceber e para de fazer a “fusão pensamento-realidade”, em que os preocupados tratam seus pensamentos preocupantes como se fossem fatos, cometendo erros cognitivos típicos, como tirar conclusões precipitadas, perfeccionismo, idéias de “emergência repentina”,
Quarto passo, devem avaliar custos e benefícios, pesando evidências a favor e contra, ou através de experimentos comportamentais e testes de realidade para modificar formas de pensar.
Quinto passo, se perguntar se tem alguém que nunca fracassou ou fracassará?
Todas as pessoas percebem o fracasso do outro sempre? A meta que não alcançou estava correta, era viável? O fracasso é fatal? Não estou exigindo um padrão alto demais?
O sexto passo, devem aceitar e valorizar suas emoções, reconhecendo-as como temporárias se permitir que elas ocorram.
Finalmente, no sétimo passo, deve ter cuidado contra a crença de que o mal chegará muito rapidamente; procurar se desligar do senso de urgência e viver o presente, observando que o que o está preocupando em um momento em breve poderá ser esquecido.

4- Estes passos ajuda a pessoa a não ter as procupações excessivas que param e atrapalham as pessoas?
Sim, é assim que a pessoa vai distinguir entre preocupação produtiva e improdutiva, e apreder a tratar fracassos como oportunidades.
Exemplo: diante da proximidade de uma prova, a pessoa pode escolher entre:
1-se preocupar a respeito; 2) se embebedar; ou 3) estudar. Qual dessas é a melhor estratégia?”

5- O que as pesquisas mostram preocupações excessivas?
85% das coisas sobre as quais os preocupados se preocupam tendem a ter um resultado positivo (ou seja elas nâo acontecem).
E desses 15% que dão resultado negativo 79% dos casos as pessoas dizem que lidaram melhor do que esperavam.

Texto baseado nos comentários da Dra Ana Maria Serra sobre o livro Robert L. Leahy
“Worry Cure – Seven steps to stop worry from stopping you”, Ed. Harmony Books, New York, 2005.

Ficou preocupado? Comente com o seu terapeuta.

Conheça um pouco sobre o homem que criou a Terapia Cognitiva.




Pesquisas revelam bons resultados em depressão, pânico, vícios e outros males ERICA GOODE - The New York Times (foto: Beck e Judith)


FILADÉLFIA - O Instituto Beck de Terapia e Pesquisa Cognitivas está atraindo terapeutas de todo o mundo. A organização também já despertou a atenção da Associação Nacional de Saúde Mental, que recomenda a terapia cognitiva a pacientes como uma das poucas formas de tratamento estudadas em ensaios clínicos e em larga escala. Pode-se dizer que a terapia cognitiva é hoje o braço da psicologia que mais se expande nos Estados Unidos. O fundador dessa forma de psicoterapia é o doutor Aaron T. Beck, cuja máxima preferida é: "Há na superfície muito mais do que o notado pelos olhos."
Estudos - O doutor Aaron T. Beck constatou, em 40 anos de pesquisas e trabalho clínico, que muitas dificuldades psicológicas de seus pacientes não se encontram nas profundezas do inconsciente, mas em "problemas de raciocínio", muito mais próximos da percepção consciente. O fundador da psicoterapia cognitiva cita como exemplo o caso de uma mulher que fazia sessões de psicanálise com ele, na ocasião recém-formado pelo Instituto Filadélfia de Psicanálise. Sentado atrás da paciente, ele fazia anotações em seu caderno, enquanto ela falava sobre suas experiências sexuais com homens. "Como se sente falando disso?", perguntou-lhe Beck a certa altura. "Fico com ansiedade", respondeu a mulher.
Interpretação - Preparado para sondar os conflitos ocultos de sintomas psicológicos, o doutor Aaron T. Beck respondeu com uma interpretação. "Você fica com ansiedade porque está precisando enfrentar alguns de seus desejos sexuais", disse-lhe. "E está ansiosa por achar que desaprovo esses desejos." E ela respondeu. "Na verdade, dr. Beck, receio que o esteja aborrecendo." Mais tarde, o psicanalista descobriu que sua paciente se entregava permanentemente a um monólogo autodepreciativo, no qual uma voz interior constantemente dizia que ela não tinha atrativos, não era interessante e não valia nada. Os "pensamentos automáticos" mostrados pela paciente, conforme Beck os chama, levaram-na a agir de modo derrotista, a ter conduta promíscua por não achar que tivesse muito a oferecer, ou a ser teatral, na tentativa de parecer mais interessante aos homens com quem se relacionava. A terapia cognitiva, desenvolvida pelo psiquiatra depois que ele abandonou a psicanálise, pretende ajudar os pacientes a corrigir tais distorções do raciocínio, com freqüência numa dezena de sessões - ou menos.
Método - Beck diz que o método é "simples e prosaico", sem trazer à tona lembranças da infância que se perderam, sem o exame minucioso dos desmandos dos pais, sem a busca de significados ocultos. "Ele tem a ver com os problemas do bom-senso das pessoas", disse. Na terapia cognitiva, os pacientes são incentivados a testar a opinião que têm de si mesmos e dos outros, como se fossem cientistas testando hipóteses. Os pacientes recebem dos terapeutas tarefas para fazer em casa. Aprendem a identificar suas "crenças" imprecisas e a fixar metas para alterar sua conduta. É um pacote atraente. Numa época em que os planos de assistência médica acompanham atentamente a sala de consultas e a maioria dos psiquiatras considera os medicamentos - não a conversa - o tratamento ideal para seus pacientes, o método de Beck mostra sua força terapêutica.
Princípios - Os princípios básicos da terapia cognitiva estão facilmente resumidos em manuais de treinamento e sua simplicidade a torna um instrumento ideal de pesquisa. Dezenas de estudos realizados no mundo inteiro mostraram sua eficácia no tratamento da depressão, ataques de pânico, vícios, distúrbios alimentares e outros males psiquiátricos. Pesquisadores também estudam a capacidade de o método tratar distúrbios de personalidade e, em combinação com medicamentos, doenças psicóticas como a esquizofrenia. "Não preciso estar certo", diz, "mas não gosto de estar errado". O médico também afirma considerar-se um pragmático. "Se uma coisa não dá certo, eu não a faço." Ele incentiva uma filosofia semelhante em seus pacientes, esperando que eles acabem se livrando das atitudes derrotistas. Aconselha uma mulher de 30 anos que acredita que Deus a castigará se ela própria não o fizer. "Você pode descobrir, se parar de se castigar e nada acontecer."
Fonte: Jornal Estadão

Seja um detetive: investigue seus PANs.




Histórias Cognitivas: os dois detetives diferentes: Cap 1: Quem roubou meu walkman?


Os dois detetives diferentes.

- Cada detetive tem uma forma de trabalhar com os fatos.
- Qual deles você contrataria se precisasse de ajuda?

Era uma vez numa cidade muito parecida com São Paulo, uma menina de 10 anos que trouxe para a escola seu novo walkman, que tinha acabado de ganhar. Era um belo walkman, ou seja, ela poderia ouvir suas músicas prediletas enquanto viesse no ônibus da escola, na hora do recreio ou mesmo nas aulas vagas em que algum professor faltasse.
Quando ela entrou em aula, sua professora pediu para que deixasse seu aparelho no armário do lado de fora da classe, onde ficavam as mochilas e ela assim fez.
Quando chegou a hora do recreio ela foi correndo até sua mochila, ansiosa por pegar seu walkman. Ela mal podia esperar para ouvir suas músicas e mostrá-lo para algumas amigas que ainda não o tinham visto.
Mas espere aí! O que foi isso? Quando ela procurou na mochila e no armário onde ela o tinha deixado, ele simplesmente não estava lá, tinha desaparecido.
- “Oh! O meu aparelho novinho de CD portátil, como ele foi desaparecer assim?”, disse ela, começando a chorar. “Eu estou muito, muito triste!”.
Mariana, esse era o nome da menina, foi se queixar para a professora, e ela e várias amigas foram ajudá-la a fazer uma reclamação para a diretora.
A diretora prometeu providenciar uma solução imediata e assim fez.
Uma hora depois, no próximo intervalo, um homem apareceu para falar com ela. Tinha uma aparência muito estranha usando um chapéu e uma capa. Ela não reconheceu o homem. Ela nunca o tinha visto antes.
“Por favor, não fique assustada, pequena criança. Eu sou o detetive contratado pela escola para descobrir o paradeiro de seu walkman. Sou o famoso, o grande detetive Sherlock Gomes.”
“Sherlock Holmes?” – perguntou a garota.
“Não, eu sou Sherlock Gomes mesmo” – o detetive respondeu, com um certo aborrecimento em sua voz. “Não sei porque todo mundo me confunde com esse cara”.
Mas, tudo bem. O importante é que eu sei quem roubou seu walkman. Foi o famoso “Daniel, o terrível”.
“Nossa! “ disse a menina, “ mas isso foi muito rápido! Como você descobriu quem roubou meu aparelho tão rápido?”
“Oh! Não foi muito difícil. Ele foi o primeiro nome que apareceu em minha cabeça, por isso deve ser ele!”
E com isso, Sherlock Gomes voltou-se e foi embora.

Mas nossa história ainda não terminou, porque justamente então apareceu na cena o famoso, o verdadeiro Sherlock Holmes.

Ele tirou sua capa, arrumou seu boné e declarou: “Eu não concordo com o que aquele Sherlock Gomes disse. Eu sou o famoso, o ousado, o fantástico, o único sobre quem escreveram livros. Eu sou o verdadeiro Sherlock Holmes!”.
A garota pensou que ele parecia um pouco arrogante e exibido, mas ela precisava de sua ajuda. E o detetive continuou falando: - “Então, minha amiga, eu não concordo com esse Sherlock Gomes, afinal que tipo de detetive é ele? Simplesmente acredita no primeiro nome que lhe veio à mente? Um bom detetive faz uma lista de suspeitos e então vai procurar evidências para apanhar o ladrão”.
Eu estou pronto a procurar por pistas e evidências, e quando eu retornar eu direi a você quem realmente roubou seu aparelho”. E com isso, Sherlock Holmes colocou sua capa, arrumou seu boné e encaminhou-se para fora da sala.
“Que homem estranho!” A garota comentou. “ Mas ele parece sério em seu trabalho”.
Algumas horas mais tarde, quando a garota estava brincando em sua casa, no jardim, ela ouviu um estranho barulho. Ela olhou em volta e viu que diante dela estava ninguém menos do que o detetive Sherlock Holmes.
“E aí?” Disse a garota, você descobriu quem roubou meu aparelho?”
“Sim. Primeiro eu pensei que talvez fosse Daniel, o terrível, mas quando eu procurei por evidências eu percebi que Daniel estava suspenso e não estava na escola no dia em que seu aparelho sumiu. Assim não poderia ter sido ele”.
“Então eu pensei que talvez tivesse sido o João Perigoso. Mas quando eu procurei por evidências eu soube que ele estava jogando cartas com outros longe de sua classe, no momento em que seu aparelho foi roubado. Não poderia ter sido ele”.
Então eu decidi investigar a Betty Bagulho. Quando eu procurei por evidencias eu encontrei algumas pistas. Primeiro eu achei uma tiara com as iniciais BB caída dentro do armário, perto de onde você guarda sua mochila. Então eu fui até a casa de Betty Bagulho, e sua mãe me contou que Betty estava ouvindo música num novo walkman que ela ganhou na escola por bom comportamento.
Eu procurei pela vizinhança até achar Betty e então, ali estava ela, exibindo seu walkman para as crianças da rua.
“Oh! Sherlock Holmes”, disse a garota, “você é incrível! Você é muito mais esperto que Sherlock Gomes. Por favor, Detetive Holmes, você pode me devolver o meu walkman agora?”
Sherlock Holmes olhou para baixo e começou a gaguejar.
“Ah! Bem, eu não disse exatamente que peguei seu aparelho de volta. Aquela Betty é horrivelmente grande e, realmente muito assustadora. Eu acho que seria melhor você pedir a seus pais que recuperem seu walkman para você.”
E com isso o grande Sherlock Holmes vestiu sua capa, arrumou seu boné e se foi”.
Fim.
Autor: Martin E. Seligman, adaptação Zélia, 2004.



Comente: Qual dos dois detetives você estava "sendo" até iniciar sua terapia?

( ) Sherlock Gomes. ( )Sherlock Holmes.

Créditos:
Martin Seligman utilizou a figura de Sherlock Holmes para ilustrar a importância das evidências na TC com crianças e adolescentes. A TC Zélia adaptou para a realidade brasileira.