TCC 2015

TCC 2015

CTCC Bauru para Pacientes.

Paciente, seja bem vindo, utilize este blog como um instrumento que pode auxiliar você a evoluir em sua terapia; ajudando você a lembrar ou esclarecer dúvidas sobre aspectos trabalhados em nossas sessões. Contribua com perguntas, comentários, sugestões e críticas.



Lembre-se: a evolução começa a partir do momento em que você compreende "que não são as situações que alteram o nosso humor e os nossos comportamentos, mas sim o que pensamos sobre elas.



Fale conosco: arnaldo@ctccbauru.com.br



Coordenador: Arnaldo Vicente, Especialista em TC.



terça-feira, 25 de maio de 2010

UM CAMINHO PARA A FELICIDADE.


UM CAMINHO PARA A FELICIDADE

Oriana Faé Grangel, Terapeuta Cognitiva,Especialista em TC.

De acordo com as contribuições da Psicologia Positiva, que enfoca a saúde mental e não a psicopatologia, é necessário diferenciar felicidade momentânea de “nível duradouro de felicidade”.

A felicidade momentânea pode ser facilmente conquistada através de uma série de artifícios, como chocolate, um bom filme ou uma roupa nova. Já o “nível duradouro de felicidade” representa um estado geral de satisfação com a vida.

Pesquisas revelam a alta incidência de depressão nos últimos 50 anos. Hoje a doença é mais frequente e inicia mais cedo, comparando-se as taxas até 1960. Paradoxalmente, os indicadores objetivos de bem-estar aumentaram, como poder de compra e nível de instrução. Como isso se explica?

Constata-se, atualmente, a busca excessiva de prazeres imediatos - hedonismo, em termos filosóficos - como se fossem “atalhos” para a felicidade através de prazeres fáceis: televisão, internet, compras, drogas, entre outros, característica marcante da sociedade contemporânea.

Essa busca excessiva da felicidade momentânea não exige o uso de forças pessoais, que são capacidades pré-existentes, e nem apresenta desafios, aspecto esse visível, por exemplo, no fato de optar por assistir à televisão em vez de ler um bom livro à noite. Na primeira opção, o prazer é imediato. E na segunda opção, os ganhos são maiores e mais perenes.

Entretanto, o hábito de escolher atividades com foco apenas no prazer imediato em detrimento de atividades que gostamos de fazer predispõe a depressão. O ser humano se adapta rapidamente aos prazeres, buscando logo algo ainda melhor para se sentir novamente “feliz".

Uma característica do deprimido é que seu foco está em si mesmo. Quando percebe um sinal de tristeza, “rumina” o sentimento, projetando para o futuro e ampliando para todas as atividades, desencadeando, consequentemente, mais tristeza.

Os prazeres estão ligados às sensações físicas e às emoções. Já as gratificações são atividades as quais se gosta de fazer e estão relacionadas à representação de forças e virtudes pessoais. Além disso, quando se engaja em uma determinada atividade e que esteja em harmonia com um propósito maior, um significado, o indivíduo se absorve completamente em um estado em que o tempo parece parar, como nas seguintes práticas: dançar, ler, conversar e fazer trabalho voluntário.

Ademais, as gratificações diminuem a preocupação consigo mesmo, porque vão muito além e geram bem-estar, prevenindo a depressão.

Finalmente, o equilíbrio entre prazer (responsável) e gratificação aumenta o “nível de satisfação com a vida”. A escolha por situações que fazem a vida valer a pena é um caminho para a felicidade.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Desconfie de suas crenças negativas sobre você mesmo. "Haja em legítima defesa"


Crenças como "Sou fraco, incompetente, inadequado ou não sou estimável" formadas ao longo de sua história repercutem negativamente sobre seu auto conceito e influenciam de modo catastrófico na realização de suas metas. Diante de quaisquer situações que você não tenha cem por cento da certeza de que você é perfeito e o sucesso está quase garantido elas ativarão todas as suas incertezas contribuindo para que você se esquive e busque a proteção no conforto imediato.

É preciso que você perceba quando estas crenças se apresentam e tenha condições de advogar a favor de sua saúde, questionando a validade delas.

É preciso defender-se das próprias crenças, quando aparecem reveladas ou em forma de pans.

A terapia cognitiva na busca da reestruturação de crenças propõe aos pacientes que desafiem seus pans e suas crenças com empatia, determinação, segurança, persistência e sensibilidade.

Por exemplo: um paciente com TOC, sofrerá diante da possibilidade de ser visto como responsável pela morte de um ente querido. Ou seja, a idéia de ver-se ou ser visto como uma pessoa inadequada leva-o a desenvolver formas de neutralizar essa consequência através de suas esquivas ou neutralizações.

Ele desenvolve meios para evitar algo que ele não é (irresponsável e inadequado) e cada vez mais age com receio de que suas defesas não sejam suficientes, crendo que um dia falhará e será mesmo o inadequado que tanto evitou se tornar.

O que aconteceria se ele ao invés de se envolver em planos de defesas, antes identificasse e avaliasse seus pensamentos e crenças sobre ele mesmo? Agisse relevando os aspectos positivos de sua história comprovando que não é imperfeito, mas apenas uma pessoa normal que tem erros e acertos, as vezes contribuindo para a saúde do outro, mas sem poder para garantir a imortalidade de quem ama.

Compreendendo que o fato de não ter poder para garantir a vida dos outros não significa que tenha um defeito de caráter, que seja inadequado e não se importe com as pessoas.

Podemos nos importar e cuidar do outro, mas sem imortalizá-lo.

Na medida em que nos acusamos ou nos cobramos, devemos ter uma visão integrativa a nosso respeito, não aceitando débitos que não foram comprovados. Cabe ao acusador primeiro nos dar provas concretas sobre sua acusação e cobrança e depois ouvir as provas positivas que desconsiderou. Se devemos, pagamos, mas jamais pagar sem dever!


Busquemos no Direito um pouco de sabedoria para melhor compreendermos do que se trata a "legítima defesa":

- "A legitimidade da defesa se configura com os seguintes pressupostos básicos: obstar a ação danosa na mesma intensidade, na mesma medida, se possível com os mesmo recursos, privilegiando a preservação da vida como um bem maior, e dentro do espaço de tempo no qual a agressão ou ofensa esteja ocorrendo. Este último para evitar as denominadas vinganças pessoais. O nosso Código Penal traz nos seus artigos 23 e 25, importantes definições para melhor compreensão, com destaque para o Parágrafo único do artigo 23, que trata de eventual excesso na defesa. Por Vandeler Ferreira da Silva"

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Efeitos dos Pensamentos Automáticos Negativos (PANs).


Certo dia um homem chegou em casa e ficou irritado com sua filha de três anos.
Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçada fazendo um embrulho.
Como o dinheiro andava curto e o papel muito caro,ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou.
Naquela noite o pai descobriu num canto da sala, um embrulho dourado não muito bem feito.
Na manhã seguinte, logo que despertou, a menina correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente.
-Isto é para você, paizinho! Foi o que ela disse.
Ele sentiu-se muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia. Gritou para filha:
-Você não sabe quando se da um presente à alguém a gente coloca alguma coisa dentro da caixa.
A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse:
-Mas papai, a caixinha não esta vazia.EU SOPREI BEIJOS DENTRO DELA. Todos são só para você, papai.
O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.
Dizem que o homem guardou o caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali!
Contribuição: A.M

terça-feira, 4 de maio de 2010

Benefício da Dúvida, quando a incerteza não condena o futuro.



Benefício ou Malefício?

Existe um princípio básico na história do Direito, talvez uns dos mais sólidos e razoáveis de todos: o benefício da dúvida. Isso quer dizer, que se existe uma dúvida sobre a condição de culpado ou inocente de uma pessoa, esta deve ser considerada inocente.
Este princípio se baseia numa coisa super-evidente de nosso senso comum. Em qualquer sociedade, o crime é um fato menos freqüente que o não-crime. Cometer delitos não são atos cuja ocorrência deva ser atribuída a qualquer pessoa de imediato, como se cometer atos criminosos fosse natural no ser humano. Quando você conhece alguém, pode perguntar-lhe: Qual é seu trabalho? Ou, quantos filhos você tem?
Ora, você não perguntaria a um recém conhecido: Quantos crimes você cometeu? Em geral, pensamos que o não-crime é mais natural que o crime.
Então, tampouco é natural exigir de alguém: Me prove que você não cometeu nenhum crime!!
Pense se você acharia justo estar nesta situação.
Portanto, se alguém é condenado por cometer um crime, deve provar-se que ele realmente o cometeu. Não faz sentido que o réu deva demonstrar, ele próprio, que não cometeu o crime. Veja este exemplo:

Suponha que você recebe uma intimação de um tribunal brasileiro onde lhe notificam que você será julgado porque há uma denúncia dos Estados Unidos contra você por terrorismo. Você tem sorte: como você é brasileiro, não será extraditado.

A denúncia é que você estava, no dia 11 de setembro de 2001, ajudando aos terroristas que atacaram as Torres Gêmeas, confundido entre os passageiros do primeiro avião que colidiu com as torres.
Mas, você deveria estar morto!

A denúncia do FBI diz que você saltou com um paraquedas automático, 10 segundos antes da colisão. Como as pessoas estavam aterrorizadas pelo fato, ninguém, salvo um agente do FBI, percebeu que você caiu no Central Park, se desvencilhou de seu paraquedas, e fugiu até um bairro habitado por brasileiros, onde obteve documentos falsos para voltar ao Brasil.

Você diz que não foi assim, que você nunca esteve em Nova Iorque.

Mas, o juiz lhe exige que mostre provas de que no 11-09-2001, entre as 7 e as 18 horas (NY), você estava em outro lugar. Têm um álibi? Não! Nesse momento você assistia por TV ao ataque às Torres, em sua casa, em companhia de seu irmão e três amigos. Mas o juiz diz (1) Que ninguém não pode ser testemunha em favor de seu irmão, porque se supõe parcialidade. (2) Que seus amigos são pessoas que tentarão favorecer você. Tampouco serve. Então, você será condenado.

Você acharia isto justo??? Possivelmente não. É por isso que existe o princípio do benefício da dúvida. O juiz terá que mostrar provas irrefutáveis de que você esteve nesse avião. O conto do agente do FBI não é suficiente.

Suponhamos que o placar final ficasse 5x5. Realmente, não é fácil predizer o que vai acontecer, mas este resultado não seria impossível. O que isso significa?
Significa que o assunto está indeciso, que não há uma certeza general. Se houvesse, os que tem certeza num sentido (favor ou contra), seriam maioria. Ora, podemos supor que cada um dos que votou não tem dúvidas, mas aparece uma dúvida global: o empate significa que a certeza não predomina em nenhuma de ambas as teses.

Neste caso, o resultado favorece o réu

Algumas pessoas pretendem, desde faz muito tempo, poluir o ambiente, e enfiar na cabeça das pessoas que o Presidente do Supremo tem direito ao desempate, ou seja, pode votar duas vezes. Isso se chama voto de Minerva. Bom, é claro que votar duas vezes vai contra os mais básicos princípios da democracia, da qual tanto se fala desde os centros de poder. Mas, o regimento do STF aceita em alguns casos, quando se trata de assunto dito "constitucional". Ora, assunto constitucional não é qualquer assunto cujo nome aparece na Constituição, mas aquele que está diretamente regulado pela Constituição e que é próprio do Direito Cosntitucional.Observe que o Hábeas Corpus não permite o voto de Minerva.

Então, vamos enumerar as razões pelas quais não pode haver voto de Minerva, por exemplo, num caso de extradição.


1) Um ato decidindo a EXTRADIÇÃO DE UMA PESSOA NÃO É ASSUNTO CONSTITUCIONAL. Não é um ato como seria decidir se a idade para votar nas eleições pode ser rebaixada a 14 anos, ou se o cargo de Presidente deveria ser substituído pelo de primeiro ministro. A extradição é um assunto específico, não geral, julga uma pessoa, portanto, é um assunto de direito penal e não de direito constitucional.
2) O voto de Minerva é proibido em caso de Hábeas Corpus, porque está em jogo a liberdade de uma pessoa. Em qualquer caso onde está em jogo a vida, liberdade, integridade física, etc., de uma pessoa, vale o benefício da dúvida.
3) O argumento talvez mais importante. O relator do caso afirma e jura por tudo o que é mais sagrado, que os delitos do acusado são crimes comuns. NESSE CASO, é ainda mais claro que SE APLICA O CRITÉRIO DO DIREITO PENAL, que deve dar o benefício da dúvida.

Se você escutou o contrário (que em caso de empate, o voto de minerva deve decidir), pense calmamente nisto:


O que está em jogo não é "apenas" a vida de uma pessoa, o que já é muito. Se você tem uma justiça que é uma máquina de arbitrariedades, que obedece a uma embaixada, que pode violentar de maneira mais brutal seus próprios regimentos, quem está mais em perigo não é o acusado.


São 180 milhões de pessoas cujos direitos dependem dos interesses, do estado de ânimo e da ideologia de funcionários que não respeitariam (se fizessem isso) nem os próprios regimentos do tribunal ao qual pertencem.

Fonte: Recorte do artigo de Carlos Alberto Lungarzo, foi professor titular da UNICAMP, milita em Anistia Internacional (AI) desde há muitos anos. Fiz parte de AI do México, da Argentina, e do Brasil, até que esta seção foi desativada. Atualmente sou membro da seção dos Estados Unidos (AIUSA). Minha nova matrícula na Organização é o número 2152711.
http://sites.google.com/site/lungarbattisti/beneficio-da-duvida

TEMPERAMENTO MAIS QUE FORTE: TEMPERAMENTO BIPOLAR.

Os conceitos de depressão e mania existem há séculos e Hipócrates já havia descrito pacientes com melancolia, atribuindo-lhe causa biológica. Entretanto, somente a partir do século passado ficou claro que depressão e mania representavam dois estágios de uma mesma doença. Veja as dezoito perguntas respondidas por Arnaldo Vicente no programa Rádio Mulher, em 2007, em Bauru-SP.

Até o início dos anos oitenta o transtorno do humor (ou afetivo) bipolar era conhecido como psicose maníaco-depressiva, mas a partir dos anos setenta foram estudadas também formas mais leves de euforia, como a hipomania. Com isso, o termo psicose, que denotava maior gravidade, deixou de ser apropriado para a maioria dos pacientes.

1- O que são Transtornos de Humor?

Transtornos do humor (ou afetivos) são enfermidades em que existe uma alteração do humor, da energia (ânimo) e do jeito de sentir, pensar e se comportar.
Acontecem como crises únicas ou cíclicas, oscilando ao longo da vida. Podem ser episódios de depressão ou de mania.
Na depressão a pessoa sente tristeza exagerada e desânimo e na mania um aumento da energia e euforia anormal.
A maioria dos pacientes sofre apenas de depressão(ões) e alguns também têm manias. O termo mania não significa "mania de fazer alguma coisa" ou algum tique - é simplesmente o nome dado para a fase de euforia da doença maníaco-depressiva. Às vezes surgem sintomas depressivos e maníacos simultaneamente, os chamados estados mistos.

Os sintomas de euforia e depressão podem variar de um paciente a outro e no mesmo paciente ao longo do tempo, muitas vezes confundindo a ele e seus familiares.

2- O que significa BIPOLAR?

Os transtornos do humor podem acontecer ao longo da vida dentro de um curso unipolar ou bipolar.
No unipolar só ocorrem depressões e no bipolar depressão e mania. Pacientes que só tem manias são raros e contam como bipolares, porque costumam desenvolver depressão cedo ou tarde.

3- Que tipos de Transtornos do Humor existem?

Os transtornos do humor podem ter freqüência, gravidade e duração variáveis. Portanto, a depressão pode ser única ou recorrente (repetir-se várias vezes), de intensidade leve, moderada ou grave e durar semanas, meses ou anos.
Se os sintomas persistirem por anos são chamadas de crônicas. Se for leve ou moderada, a pessoa ainda consegue realizar suas atividades, com esforço, algo impossível se ela for grave.
A maioria das pessoas que sofre de depressão não acha que está doente porque não está gravemente deprimida, ou seja, incapacitada, desesperada ou angustiada.
Também tem a distimia que é um tipo de transtorno do humor com sintomas depressivos mais leves que da depressão, porém duradouros e oscilantes, em que predominam irritabilidade e mau-humor.
Freqüentemente é confundida com a personalidade da pessoa e costuma evoluir para depressão.
Basta uma única fase de hipomania ou mania, precedida ou não de qualquer tipo de depressão acima mencionado, para diagnosticar transtorno do humor bipolar. Depois da primeira (hipo)mania geralmente alternam-se depressões e euforias de intensidade variável.

4- Existem quantos tipos de Transtorno Bipolar?


Existem 3 tipos de transtorno bipolar.
Bipolar tipo I: se houve pelo menos um período de mania ou estado misto;
Bipolar tipo II: quando só aconteceram hipomanias - crises de euforia mais leves que mania;
Bipolar tipo III: o estado misto - que caracteriza-se pela superposição ou alternância num mesmo dia de sintomas depressivos e eufóricos importantes.

Na ciclotimia se alternam durante anos sintomas de depressão e de euforia ainda mais leves, que duram apenas alguns dias. Pode ser confundida com um jeito de ser "instável", "cheio de altos e baixos" e freqüentemente antecede sintomas depressivos e eufóricos mais graves.

Se a depressão, a mania ou o estado misto estiverem acompanhados de alucinações (sentir, ver ou ouvir algo que não existe) ou delírios (pensar algo irreal, como achar-se culpado de coisas que não fez, que está sendo perseguido, que possui poderes especiais, etc. ) trata-se do sub-tipo psicótico.

O transtorno do humor bipolar também pode ser chamado de transtorno afetivo bipolar ou doença maníaco-depressiva.

5- Qual a freqüência dos Transtornos de Humor e quem corre mais risco?

Os transtornos do humor atingem mais de 20 % da população em algum momento da vida.
As depressões são duas vezes mais comuns em mulheres que homens.
Iniciam-se em geral entre os 20 e 40 anos de idade e vitimam 16 a 18 % das pessoas.
Transtornos do humor bipolares tipo I atingem igualmente 1 a 2 % dos homens e mulheres e começam geralmente entre 15 e 30 anos de idade.

Ao redor de 5 % da população pode desenvolver a forma bipolar tipo II, mais comum em mulheres. Apesar de infreqüentes os transtornos do humor atingem crianças, com sintomas ansiosos e irritabilidade predominantes.

6- Quais são as causas do Transtorno do Humor Bipolar?

Desconhece-se as causas exatas do transtorno bipolar, mas aparentemente o fator genético é determinante.
Existe uma interação complexa entre fatores ambientais e internos com graus variáveis de vulnerabilidade genética.
Inúmeros estresses podem desencadear ou mesmo manter as primeiras crises. Dificuldades financeiras, doença na família, perda de uma pessoa importante, uso de drogas, de inibidores de apetite, parto, etc. podem desencadear a doença em pessoas predispostas.

Parentes de primeiro grau de pacientes com transtorno bipolar do humor podem ter diferentes tipos de transtornos do humor: unipolar, bipolar tipo I ou II, ciclotimia ou distimia.

É muito comum a pessoa atribuir a acontecimentos importantes, a problemas financeiros, profissionais ou sócio-familiares razões para entrar em depressão ou (hipo)mania.
É mais comum ainda que ao menos parte desses problemas sejam conseqüência dos sintomas iniciais da doença, que se agravam a partir daí.

7- Quais são os sintomas da Depressão?

Na depressão a pessoa fica com o humor para baixo, sente-se triste, apática, angustiada, ansiosa. Cai o nível de energia, aparece desânimo, dificuldade em sentir prazer na vida como antes, inclusive sexual. Ocorre uma lentificação psíquica e física, paradoxalmente associada a desassossego quando a ansiedade for intensa. Fica difícil se concentrar, a memória falha, o raciocínio não flui mais. A mente é invadida por um onda de pessimismo, de idéias e preocupações negativas.
Surgem sentimentos de culpa, insegurança, medo, inutilidade, solidão, burrice, inadequação, fracasso, baixa auto-estima, falta de sentido. Tudo é avaliado dentro de uma visão negativa distorcida: passado, presente e futuro. Podem aparecer pensamentos de morte e alucinações. Ocorrem alterações de apetite e/ou peso. O tempo de sono pode aumentar ou diminuir, mas o sono deixa de ser reparador. Freqüentemente há queixas de dores e mal-estar físico, resultando em várias visitas médicas sem sucesso, antes de se diagnosticar depressão.

8- Como identificar a Depressão?

A depressão geralmente passa desapercebida, porque para a maioria das pessoas é leve a moderada, comprometendo menos a capacidade da pessoa. Geralmente ela é sentida quando aparece angústia, sofrimento psíquico, muita ansiedade. È importante saber que a irritabilidade é um sintoma muito comum e nunca representa uma característica de personalidade.

9- Qual a diferença de uma tristeza normal?

Sentimentos de alegria, tristeza, "fossa", angústia ou luto fazem parte da vida.
O deprimido aumenta as suas dificuldades, tem uma sensação de incapacidade e não consegue mais solucionar seus problemas - ou vê problemas onde não existem.

10- Como é a Mania?

O termo mania significa um estado mental alterado em que a pessoa se sente eufórica, acelerada e/ou muito irritada, "pavio curto", podendo tornar-se agressiva verbal e fisicamente.
Ocorre agitação ou inquietação, aumento da energia e redução da necessidade de sono.
Os pensamentos se aceleram, aumenta a quantidade de idéias, a pessoa não consegue falar tudo que vem à mente ao mesmo tempo.
Não consegue manter a atenção num único tema, começa a fazer muitas coisas ao mesmo tempo e não consegue terminar, tudo se torna importante.
Tudo precisa acontecer imediatamente, há brigas e discussões.
Os sentimentos podem ser de alegria exagerada e grande euforia ou mesmo de agitação incômoda e sofrida. Surgem autoconfiança e otimismo extremos, sensações de poder, influência, capacidade, inteligência, riqueza.
Ela pode ter alucinações e achar-se imbuída de poderes ou dons especiais. Súbitos sentimentos de depressão podem vir e logo desaparecer. Muitos planos vêm à mente, ocorrem gastos excessivos, endividamentos, negócios irresponsáveis ou precipitados. Aumenta o contato social, a pessoa fica desinibida, deixa de se comportar de acordo com seu padrão. Na esfera sexual aumenta a libido, a desinibição, o erotismo.
Em geral falta autocrítica, porque a pessoa sequer percebe as mudanças ou não as vê como algo ruim ou incompreensível.

Como na depressão, nem todos sintomas necessitam estar presentes para que o médico faça o diagnóstico.

11- Como é a Hipomania?

Na hipomania o grau de aceleração psíquica é menor que na mania.
È comum aparecer antes ou depois de uma depressão e durar alguns dias.
Os sintomas são os mesmos, de menor gravidade e a pessoa não tem sintomas psicóticos. O humor geralmente é irritável e a pessoa se torna provocativa (achando sempre que os outros a provocam). O aumento de energia pode ser produtivo, mas a pessoa se dispersa mais e perde mais tempo em detalhes. Pode ter menos necessidade de dormir, tornar-se exageradamente otimista, segura de si, arrogante, enfim, sentir-se acima dos outros. Aumentam as idéias, os planos, os gastos, a libido.
Como na mania, a pessoa justifica toda a alteração do comportamento atribuindo-a a circunstâncias da vida, mas por ser menos séria freqüentemente não é diagnosticada.

12- Como é o Estado Misto?

Como o próprio nome diz, nessa situação ocorrem simultaneamente sintomas depressivos e maníacos acentuados.
A pessoa pode acordar em pleno sofrimento e lentidão depressiva, ir melhorando e sentir-se progressivamente mais eufórica com o passar do dia, ou o inverso. Também pode sentir-se muito agitada, acelerada, fazendo gastos e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperança, pessimismo, vontade de morrer, ou seja, sentir-se ao mesmo tempo exaltada e deprimida.
Freqüentemente ocorrem estados mistos na passagem de uma fase de (hipo)mania para depressão ou vice-versa.

13- O que acontece se não se tratar?

Existe a possibilidade dos sintomas melhorarem sem qualquer tratamento após semanas, meses ou anos. Mesmo antes de haver medicamentos eficazes, sabia-se que o paciente podia ter apenas um episódio de depressão na vida, com anos de remissão, antes de se reiniciarem os sintomas, ou apresentar episódios anuais ou intervalos de tempo cada vez menores alternados com períodos de doença cada vez maiores ao longo do tempo. É importante saber que com tratamento o estado maníaco ou depressivo passa mais rápido, sem deixar seqüelas.

Pessoas que sofrem de transtorno bipolar levam em média 8 anos antes de serem diagnosticadas e/ou receberem tratamento adequado. Neste período e antes que seja totalmente controlado os pacientes tiveram sofrimento físico e psíquico imensurável e podem ter acumulado perdas irreversíveis nos relacionamentos afetivos, nos estudos e no trabalho. Isto significa separações, repetência, incapacidade de adquirir uma profissão, perda do emprego, invalidez precoce ou mesmo morte. Na depressão tudo se torna difícil e custoso: estudar, trabalhar, conviver com as pessoas. Comprometem-se relacionamentos afetivos, na família, com o cônjuge, ou com colegas e amigos. Para atenuar o sofrimento, muitos se tornam usuários de tranqüilizantes, álcool ou drogas. Além das perdas já mencionadas, a pessoa pode correr risco de vida por negligenciar cuidados com a saúde ou por suicídio.

Durante a mania a pessoa se sente ótima e não consegue avaliar as conseqüências da irritabilidade, desinibição e sociabilidade na esfera pessoal. Atitudes tomadas durante a (hipo)mania podem resultar em rompimentos conjugais, com familiares e amigos ou em ruína financeira e endividamentos. Há risco de adultério, de gravidez indesejada, de contrair doenças sexualmente transmissíveis. Os pacientes podem perder o emprego, arruinar sua reputação, passar a abusar de álcool e/ou drogas. A combinação com o álcool é desastrosa, pelo risco de acidentes, violência e problemas com a polícia.

14- Como tratar alguém com o Transtorno Bipolar?

O aparecimento do transtorno bipolar se deve a uma combinação de fatores, em que aspectos biopsicosociais desempenham papel importante no desencadeamento da doença. Assim sendo, tratamentos medicamentosos, orientação sobre a doença e psicológicos estão indicados. O segredo está no encontro da combinação ideal para cada paciente.

15- Como a família e amigos podem ajudar?

Antes de mais nada é necessário conhecer a doença e o tratamento do transtorno bipolar do humor. Mesmo assim, cada novo episódio representa um desafio, porque se misturam problemas individuais, questões pendentes, características de cada família.

O apoio ao tratamento é fundamental para ajudar o paciente em momentos difíceis a manter os medicamentos na dose certa e no horário prescrito.
Bastam alguns dias sem tomar a medicação ou tomando menos que necessário para que entre em nova crise.
Compreender os sintomas não como seu jeito de ser, mas como doença, alivia muito e reduz o sentimento de culpa no deprimido.
O doente em euforia requer firmeza e paciência, porque o relacionamento se torna mais desgastante. Ele pode recusar as orientações da família, alegando que agora toda vez que se sentir feliz e de bem com a vida logo pensam que está em mania.
A intervenção junto ao médico antes que perca a autocrítica previne conseqüências piores ou eventual internação.

- se os medicamentos estiverem causando efeitos colaterais muito incômodos e o paciente mencionar que quer parar com tudo isso, o médico deve ser informado;

- detectar com o paciente os primeiros sinais de uma recaída; se ele considerar como intromissão, afirmar que é seu papel auxiliá-lo;

- falar com o médico em caso de suspeita de idéias de suicídio e desesperança;

- compartilhar com outros membros da família o cuidado com o paciente;

- estabelecer algumas regras de proteção durante fases de normalidade do humor, como retenção de cheques e cartões de crédito em fase de mania; auxiliar a manter boa higiene de sono;
programar atividades antecipadamente.

- mesmo depois da melhora, há um período de adaptação e desapontamento; é importante não exigir demais e não superproteger; auxiliá-lo a fazer algumas coisas, quando necessário;

- evitar chamar o paciente de louco ou demonstrar outros sinais de preconceito, que favorecem o abandono do tratamento; tratá-lo normalmente e apontar sintomas com carinho;

- aproveitar períodos de equilíbrio para diferenciar depressão e euforia de sentimentos normais de tristeza e alegria.

16- Como o paciente pode se ajudar?

A pessoa mais interessada no próprio bem-estar é quem está doente.
O paciente com transtorno bipolar do humor tem uma doença que costuma durar a vida toda, que se mantém sob controle com tratamento adequado.
Cabe a ele o esforço de manter o tratamento: é ele quem toma os medicamentos - ou não. Ninguém pode forçá-lo, a não ser em situações que ponham em risco a sua segurança ou a de outros.

17- Quais as dicas para que tem este Transtorno?

Faça refeições nutritivas, se esforce para reduzir o nível de "stress" e faça exercícios regularmente.

• Procure apoio social. Se quiser, você pode contar para as pessoas de sua confiança sobre a doença para que possam saber quando e como ajudar. Às vezes estas pessoas próximas podem detectar os sintomas antes de você e assim ajudá-lo a buscar ajuda o quanto antes. Tente participar de grupos da Auto-Ajuda.

• Não consuma álcool e drogas ilegais.

• Faça um diário para avaliar o seu humor, medicação e ocorrências diárias. Isto pode ajudar a perceber episódios de euforia ou depressão antes destes se tornarem severos.

• Caso você tenha pensamentos suicidas avise um médico, familiar ou grupo de apoio imediatamente. Pensamentos suicidas são sintomas temporários de sua doença que podem desaparecer com o tratamento correto.

• Caso você esteja planejando um tratamento dentário, cirurgia ou vá para o Pronto-Socorro, avise seu médico ou dentista sobre a sua medicação.

• Lembre-se que o transtorno bipolar não define quem você é. Você é um indivíduo que pode administrar a sua doença, monitorar seu tratamento e se sentir melhor.

• Mantenha-se informado sobre o transtorno bipolar. Acredite em sua capacidade de recuperação mesmo quando estiver se sentindo frustrado.


• Durma o suficiente. O sono é um dos elementos mais importantes para se manter o transtorno bipolar sob controle.

18- Quais as dicas para dormir melhor?

• Evite bebidas alcoólicas.
• Evite fumar.
• Evite bebidas com cafeína (café, refrigerantes, chá preto, chimarrão, achocolatados) após às 15:00hs.
• Evite exercícios físicos em horário próximo ao de deitar.
• Evite remédios para dormir sem ter uma prescrição médica.
• Evite dormir com fome ou sede.
• À noite, faça refeições leves.
• Mantenha horários regulares para deitar e levantar.
• Procure um ambiente para dormir sem luminosidade, ruído ou temperaturas desagradáveis.
• Vá para a cama com sono e saia da cama se estiver sem sono.
• Use a cama apenas para sono e sexo (não leia, estude, coma, etc). Deixe as preocupações longe da cama.
Sites importantes:
http://www.abrata.com.br
http://www.bipolaridade.com.br
http://www.drauziovarella.ig.com.br/entrevistas/teste_valentim.asp

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO - TOC.

Querer sentir-se seguro no dia a dia é um desejo normal, para que isto aconteça é preciso ter certos cuidados como seguir regras e evitar situações que possam nos ameaçar. Quando estes cuidados são repetidos excessivamente podemos estar diante de um transtorno comum: o TOC. Veja dezessete perguntas sobre o TOC respondidas por Arnaldo Vicente no programa Rádio Mulher, em Bauru-SP, em 2006.

1- O que é o TOC?

O TOC é um transtorno mental incluído entre os chamados transtornos de ansiedade.

2- Quais são os seus sintomas?

Seu sintoma principal é a presença de obsessões que são acompanhados de ansiedade ou desconforto, e das compulsões ou rituais realizados para reduzir a aflição que acompanha as obsessões.

3- O que são obsessões?

Obsessões são pensamentos ou impulsos sentidos como estranhos ou impróprios, que invadem a mente de forma repetitiva e persistente. Podem ainda ser imagens, palavras, frases, números, músicas, etc.

4- Quais as obsessões mais comuns?

• Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação

• Dúvidas quanto a fechar o carro, o gás, etc

• Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento

• Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas

• Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios, relacionados a sexo (comportamento sexual violento, abusar sexualmente de crianças, falar obscenidades, etc.)

• Preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar

• Preocupações com doenças ou com o corpo

• Religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias)

• Pensamentos supersticiosos: preocupação com números especiais, cores de roupa, datas e horários (podem provocar desgraças)

• Palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis

5- As obsessões interferem no estado emocional das pessoas?

Sim, obsessões são pensamentos, e já sabemos que os pensamentos determinam nossas emoções; geralmente as pessoas sentem ansiedade, medo, aflição, angústia, culpa ou desprazer.

6- O que as pessoas com TOC fazem para lidar com essas emoções?

Elas tentam neutralizar esse desconforto realizando rituais ou compulsões, ou através de evitações (não tocar, evitar certos lugares).

7- O que são compulsões ou rituais?

São comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos, executados em resposta a obsessões, ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente.

8- Quais as compulsões mais comuns?

• De lavagem ou limpeza

• Verificações ou controle

• Repetições ou confirmações

• Contagens

• Ordem, simetria, seqüência ou alinhamento.

• Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar ou economizar.

• Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números.

• Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.

7- Existem compulsões mentais que a pessoa faz e ninguém percebe?

Sim, elas são realizadas mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis. Elas têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento. Alguns exemplos:

• Repetir palavras especiais ou frases

• Rezar

• Relembrar cenas ou imagens

• Contar ou repetir números

• Fazer listas

• Marcar datas

• Tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários.

8- Existe mais algum tipo de compulsão?

Não são bem compulsões de fazer, mas de não fazer; são chamadas de evitações.

9- Quais são estas evitações?

• Não tocar em trincos de portas, corrimãos de escadas ou de ônibus; não tocar nas portas, nas tampas de vasos, descargas ou torneiras de banheiros (ou usar um lenço ou papel para tocá-los);

• Isolar compartimentos e impedir o acesso dos familiares quando estes chegam da rua; obrigá-los a tirar os sapatos, trocar de roupas, lavar as mãos ou tomar um banho quando chegam da rua;

• Restringir o contato com sofás (cobri-los com lençóis, não sentar com a roupa da rua ou com o pijama);

• Não sentar em bancos de praça ou de coletivos;

• Não encostar roupas usadas “contaminadas”, nas roupas “limpas” dentro do guarda-roupa;

• Evitar sentar em salas de espera de clínicas ou hospitais (principalmente em lugares especializados em câncer ou AIDS);

• Não usar talheres de restaurantes ou de outras pessoas da família;

• Não usar telefones públicos;

• Não cumprimentar determinadas pessoas (mendigos, aidéticos, pessoas com câncer, etc.);

• Não utilizar banheiros que não sejam os da própria casa;

• Evitar pisar no tapete ou piso do banheiro em casa ou no escritório;

10- As compulsões e os rituais curam a pessoa que tem o TOC?

Não. As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às obsessões, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão.

Por outro lado, em vez de enfrentar as obsessões que geram seus medos seus medos a pessoa faz com que eles se perpetuem, tornando-se ao mesmo tempo prisioneiro das suas compulsões e dos seus rituais.

11- As compulsões tem uma conexão com a realidade?

Assim como as obsessões podem ser ilógicas também as compulsões podem não ter uma conexão com a realidade que desejam prevenir:

Por exemplo: alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça.

Isto acontece nesses casos,porque por trás desses rituais existe um pensamento ou obsessão de conteúdo mágico, muito semelhante ao que ocorre nas superstições.

12- O TOC torna a vida das pessoas mais dificeis?
Sim, por exemplo, é comum, em portadores do TOC, a lentidão ao executar tarefas.

Essa lentidão pode ocorrer em razão de dúvidas, repetições para “fazer a coisa certa ou exata...” (tirar e colocar a roupa várias vezes, sentar e levantar, sair e entrar, etc.), verificações repetidas (trabalho, listas, documentos), banho demorado, tempo demasiado para se arrumar (perfeccionismo), ou do adiamento de tarefas devido à indecisão (necessidade de ter certeza).

13- Há conseqüências na convivência familiar?

Sim, as pessoas com TOC podem fazer exigências que vão causar conflitos constantes comprometendo a harmonia conjugal e familiar. Vamos pensar nas pessoas que tem preocupações excessivas com sujeira, doenças e contaminação:

Uma paciente obrigava seus familiares a trocarem a roupa ou os sapatos para entrar em casa;

Outra obrigava o marido a tomar um banho imediatamente antes das relações sexuais;

Uma terceira obrigava o marido a lavar a boca antes de lhe dar um beijo ao chegar da rua e

Outra exigia que seu filho de dois anos usasse luvas para abrir a porta

14- Quais as causas do TOC?

Até o presente momento, ainda não foram esclarecidas as verdadeiras causas do TOC. Evidências apontam diversos fatores de ordem biológica (envolvendo especialmente o funcionamento cerebral) e de ordem psicológica que contribuem para o aparecimento e para a manutenção dos sintomas.

15- O TOC é considerado uma doença grave?

Sim, o TOC é considerado uma doença mental grave por vários motivos: está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a organização Mundial de Saúde; acomete preferentemente indivíduos jovens ao final da adolescência – e muitas vezes começa ainda na infância -, sendo raro seu início depois dos 40 anos; geralmente é crônica e se não tratada, na maioria das vezes seus sintomas se mantêm por toda a vida.

16- O TOC é uma doença rara?

Não, o TOC é uma doença bastante comum, acometendo aproximadamente um em cada 40 ou 50 indivíduos.

No Brasil, é provável que existam entre 3 e 4 milhões de portadores. Muitas dessas pessoas, embora tenham suas vidas gravemente comprometidas pelos sintomas, nunca foram diagnosticadas e tampouco tratadas.

Talvez a maioria desconheça o fato de esses sintomas constituírem uma doença para a qual já existem tratamentos bastante eficazes.

17- Quais os tratamentos indicados para o TOC?

Os tratamentos mais efetivos para o TOC incluem alguns medicamentos e também a terapia cognitivo-comportamental.

A hipótese de que as aprendizagens errôneas desempenham importante papel no TOC consiste na base do chamado modelo cognitivo-comportamental reduzir seus efeitos constitui forte evidência a favor dessa hipótese ou modelo.

Esta reduz ou elimina os sintomas em mais de 70% dos pacientes. A terapia ainda é um método pouco conhecido e pouco utilizado em nosso meio.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vivemos e morreremos.


Isto é fato e não uma situação problema.
O que definirá se isto será ou não um problema é a sua maneira de pensar sobre este fato.

Separação conjugal.


Isto é fato e não uma situação problema.
O que definirá se isto será ou não um problema é a sua maneira de pensar sobre este fato.